domingo, 1 de agosto de 2010

Um poema de Márcio Galvão sobre o tempo.

RUGAS (AS PARTITURAS DOS MEUS DESENGANOS)

No impaciente suceder dos anos,
Percebo os dias como sanguessugas
Que me imprimem, na epiderme, as rugas,
Quais partituras dos meus desenganos.

O tempo, este maestro soberano,
Regente da charanga desta vida,
Nutre um comportamento de homicida,
Sem nunca mensurar perdas e danos.

As horas cantam sem eira nem beira,
Gritando que os ponteiros são bandidos,
E eu nunca voltarei aos tempos idos,
Tal qual despertador de cabeceira.

MÁRCIO GALVÃO

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