terça-feira, 31 de maio de 2011

Tecnobrega

"O que é afinal um gosto elevado, uma arte elevada, uma boa arte? Quem diz o que é ou não é uma boa arte, de onde diz, de que lugar social, por quais meios ele diz? Quem concorda com isso, quem forma a opinião do belo e do feio na sociedade e por que isso ocorre do ponto de vista das divisões internas na sociedade?

Em resumo, a variação de gostos representa por vezes muito mais valores cultuais que propriamente uma análise detida da música em si. Até onde vai o preconceito cultural e social sobre o tecnobrega e até onde vai a análise da estrutura da música? E mesmo na estrutura da música o que determina o que é melhor e pior em se tratando de arte? Que padrões de beleza nos permitem dizer que o tecnobrega não é música, não mereça o critério de música?

Ironicamente em Belém a música vista como 'baixa' é aquela das 'baixadas' da cidade, dos lugares onde mora a população mais pobre de uma maneira geral".


Fragmento de um artigo que escrevi para o site Ponto Zero. Um texto em 4 artes das quais 2 já foram publicadas. Quem quiser ler tudo é só acessar o site.

Restart

Vendo grupos como Restart e similares fazendo sucesso, chego quase à conclusão que o rock'errou!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

By moto-taxi

Da Terra Firme para o Guamá, via Tucumduba, by moto-taxi, ao som de tecnobrega.
Não tem preço!

SONORA AMERICO LEAL

Américo Leal criticando a ação da OAB Pará e chamando a passeata contra a corrupção na ALEPA - Assembléia Legislativa do Estado do Pará - de "caminhada dos tolos".
Pra quem não lembra Américo Leal, que exige neutralidade da OAB, é o mesmo advogado que mostrou o cotoco - literalmente falando! - para militantes do MST na época do julgamento dos assassinos dos 19 de Eldorado do Carajás!
Alguém lembra daquela cena?
Advinhem quem ele está defendendo agora?

domingo, 29 de maio de 2011

Ainda a saudade.

Na genealogia dos sentimentos primários
a saudade é aquele que mais nos ofusca,
hora se apresenta como o desejo do que já foi achado,
hora é o disfarce de uma cega e eterna busca!

Saudade - Um poema antigo, revisitado!

Saudade do que nunca se teve, é vontade.
Saudade do que se teve é não se tem mais, é frustração.
Saudade do que não se quer mais, é vaidade!
Viver com tanta saudade assim, é ambição!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Até quando?

“A Amazônia é a fronteira do bandido. Ou seja, é a regra da selvageria que deve prevalecer, não importa a que custo. No futuro, quando a terra estiver amansada, nós vamos criar ‘mocinhos’ para administrar essa área”

Frase de Delfim Netto, à época do Milagre Econômico. Citado por Lúcio Flavio Pinto em “Amazônia: a fronteira do caos”, p. 141.

Preciso comentar algo sobre esta frase?

TEDx Amazônia - Zé Cláudio Ribeiro Nov 2010 (English subtitles)

Aqui as mais novas vítimas de uma tragédia eternamente anunciada pra quem quiser ouvir no Estado do Pará: José Cláudio Ribeiro da Silva, o Zé Majestade, e sua esposa Maria do Espírito Santo da Silva. O casal morava no Projeto de Assentamento Praia Alta Piranheira, em Nova Ipixuna, Sudeste do Pará e era ativo na resistência contra a invasão de madeireiras e o desmatamento naquela região. Foram assassinados a tiros em uma das vicinais de acesso ao assentamento, na manhã desta terça-feira, 24 de maio.
O Secretário de Segurança Pública disse que não vai tolerar crimes no campo. Que absurdo, o Estado do Pará não só permite como já realizou, veja o caso de El Dourado do Carajás!
Concordo com Cândido Cunha, em seu blog, que os governos do PSDB e do PT foram omissos nas questões de conflito no campo! Esse é mais um exemplo trágico disso!
Esse vídeo é de 2010 e desde lá já se denunciavam as ameaças feitas aos ambientalistas!


sábado, 21 de maio de 2011

Matéria

De que química é teu cheiro?
De que matéria tua carne?
De quantos laços teus cabelos?
De qual alvura tua pele?
De que pecado eu morreria,
se me esvaísse em teu braço?
De que matéria corrosiva
te cerca o mundo nos teus passos?
Flor!
De que tecido és tecida?
Por que me quero em tua teia?
Por que viveria morrendo em ti,
e mesmo assim seria feliz?

Poema sobre tua ausência

Quando eu era pequenino
Não alcançava as nuvens
Nem aquelas de papel
Desenhadas com a mão
E naquele tempo não sabia que iria te conhecer
E que iria te amar
E que iria querer te presentear
Com um presente bonito
Quiçá feito de nuvens
Ou desenhado num papel
Como um poema sobre nuvens, infância e amores
Ou um poema sobre ausências...
Meu amor, não tema
O mundo é mesmo muito grande
E está cheio de gente, de todas as cores e modelos
E tamanhos e vontades
Meu amor, não fique assim tão triste, menina,
Mesmo nas tardes paulistanas sobra uma nuvenzinha no céu
E ela corre a imensidão do mundo
Chove e retorna pro ar
E às vezes chega até Belém do Pará
Onde poetas que nunca alcançaram o céu
Escrevem poeminhas singelos e apaixonados...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Poemeto

Sei que é um poema bobinho, mas é bonitinho, então deixei rolar:


A cada amor despedaçado
Outra paixão em devaneio
A cada inverno chuvoso
Segue-se um sol de veraneio

terça-feira, 17 de maio de 2011

Receita

Joga-te de cabeça na paixão,
pois a vida é finita.
Diz “eu te amo”.
Sussurra, fala, grita!
Os amores vêm e vão,
vicissitudes da vida.
Joga, pois, cada amor,
como se fosse a última partida!

Resumo da Educação no Brasil (Profª Amanda Gurgel)


“Estamos aceitando a condição precária da educação como uma fatalidade? Estão me colocando dentro da sala de aula com um giz e um quadro pra eu salvar o Brasil, é isso? Sou eu a redentora do país? Não posso, não tenho condições, muito menos com o salário que tenho!”
Essa sim é educadora de verdade, que não se cala, e nem se submete a ideologia barata de que professor é sacerdote, que tem que sofrer a vida toda e encontrar o paraíso apenas no pós-morte!
Faço minhas as palavras indignadas da professora Amanda Gurgel, do Rio Grande do Norte, pois a realidade de lá é a mesma de todo o Brasil.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Prêmios aos leitores do MimComigoMesmo!

Informamos que ainda em comemoração ao aniversário de 1 ano deste blog e para estreitar os laços do blogueiro em questão e seus raros, porém valorosos, visitantes, estaremos sorteando prêmios àqueles que tiverem coragem de colocar comentários nos textos.
Os prêmios são:
1. Abertura de um crediário nas Casas Bahia (para todo o Brasil) ou na Yamada (pra quem mora em Belém).
2. Publicação do nome do leitor no mural do “Leitor do Mês” do MimComigoMesmo!
3. Um pente ou uma camisinha (de motel, porém não usados!).
Dentro em breve, mais novidades, aguardem!!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Poemas na sarjeta

Percebi que quando estou bêbado os poemas brincam de pira-esconde na minha cabeça, pulam corda, jogam amarelinha. Percebi que quando estou bêbado e entre o sono e o devaneio os poemas me sacaneiam o tempo todo, vem e vão, vão e vem, vem e vão, vão e vem. Ficam neste joguinho sacana.
Os poemas meu caros, não tenham dúvida, são pessoas muito más, brincam o tempo todo com os poetas, maltratam aqueles que querem apenas colocá-los pra fora.
Porém, tenho a esperança de um dia, em meus momentos de embriaguez e devaneios, embebedar os meus poemas aprisionados na cabeça. E quando isso acontecer, prometo a todos que os deixarei deitados na calçada, na sarjeta, que é na verdade, sempre foi e sempre será, o verdadeiro lugar do poeta e de seus poemas!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Dicionário de termos literários: “Homenageismo”

Olha que eu gosto de homenagear pessoas que acho que merecem, pô, mas tudo que é demais enche o saco!

Um das tendências mais importantes dos movimentos literários é o “homenageismo”. Trata-se da prática de literatos homenagearem-se entre si, mutuamente, através dos mais variados rituais, conferindo-se a si mesmos títulos, troféus, medalhas, comendas, glórias e lauréis.
Comemoram-se aniversários, lançamentos de livros, batizados de musas, casamentos de trovas, batizados de afilhados de escritores, aniversários de saraus, aniversário de morte e ressurreição, etc. e tal.
Tal prática tem a função social de mútua confirmação de talento, auto-massagem de ego do escritor em reciprocidade aos seus pares íntimos. Processo mútuo e recíproco no qual bajular o outro, torna-se um bajular-se a si mesmo – tal qual a teoria da reciprocidade de que nos fala Marcel Mauss.
Neste processo tende-se a constituição de instituição e construções de tradições. Erguem-se Academias de Letras e Abobrinhas, títulos eméritos e honoríficos são conferidos aos imortais.
Atitude das mais nobres nas academias lítero-gastronômicas, fenômeno não totalmente estudado pelos cientistas sociais e de artes ocultas. Outros estudos devem ainda surgir.
Amém!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Leio um pouco os livros
e leio um pouco a vida,
na somatória disso,
existo!

Calendário sentimental.

No meu calendário sentimental as terças são reservadas para ser poeta
E as quartas e quintas também
No meu calendário sentimental as segundas-feiras são dias de ócio e profunda reflexão
Os domingos são dias de passarinho
E as sextas-feiras são dia de astronauta
Pois a lua em nauta noite embala sonhos boêmios
No meu calendário sentimental não tem espaço pra tanta babaquice,
Tanta caretice e sofreguidão
O meu calendário sentimental é uma ilusão
Como iludido é todo poeta
Que finge
Mas sente dor!