domingo, 8 de agosto de 2010

Amor/sexo/sexo/amor...

Nunca me beije
A não ser por volúpia
Nunca me abrace
A não ser quando a pele tua sentir sede
E pedir em cada célula meu corpo
Nunca me dê
A não ser que eu possa me colocar em tuas entranhas
Violar teu corpo e alma
Como um roubo, uma ação inesperada
Te causar prazer insuportável
E espanto
Nunca me dê
A não ser que a volúpia corte a carne pura
E liberte a puta mais barata em teu corpo pesado
Nunca me dê sem êxtase
Nunca me dê sem luxúria e beleza
Nunca me dê sem vontade insuportável
Sem a força de uma multidão insana no ato bárbaro e primário de matar a fome
Nunca me dê sem fome
Sem que me veja como o objeto
Único, por mais que efêmero, de teu prazer
A não ser que me ame
Em todos nossos muitos momentos efêmeros
Para que a eternidade de nosso amor se confirme em cada ato
(2002)

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