terça-feira, 28 de agosto de 2012

Vereador@s e vereador@s assistencialistas


Há vários tipos de políticos e vários tipos de vereador@s, mas podemos dividir esses últimos em duas categorias principais, de maneira bem simplificada: 1) VEREAD@R ASSISTENCIALISTA e 2) VEREAD@R.
O VEREAD@R ASSISTENCIALISTA é aquele que aterra a rua da sua casa, dá remédio pra sua receita, consegue um emprego pra seu primo desempregado, consegue um leito pra sua mãe doente, dá uma dentadura pra sua avó e um óculos pra seu avô, etc., etc. É chamado assistencialista, pois “assiste” suas necessidades imediatas.
Porém qual é o problema desse tipo de veread@r??
É que durante 4 anos ele (o VEREAD@R ASSISTENCIALISTA) cobra tudo que lhe deu, com juros e correção monetária! Não vota na lei que aumenta a verba pra saúde pública que atenderia sua mãe doente; não aprova o orçamento que iria levar mais verba pra escolas públicas onde estudam seus filhos e os filhos de seus vizinhos; é favorável ao prefeito quando esse quer aumentar a passagem de ônibus e você e seu avô míope é que vão ficar sem grana para condução; apoia o prefeito quando esse manda bater em camelôs e outros trabalhadores, que ficam sem trabalho e renda, igual o seu primo desempregado; etc., etc.
E o segundo tipo, o VEREAD@R, como é? Esse é o PODER LEGISLATIVO da cidade. É responsável por criar leis para todos (por isso é legislativo = leis). Leis que atendam a todos os moradores da cidade (e não lei de dentadura pra um ou óculos pra outro). Ele deve criar leis que atendam a todos os cidadãos e que garantam investimentos públicos na saúde (pra que você não precise ficar mendigando leito em hospitais), na educação (pra que seus filhos e os filhos de seus vizinhos tenham boas escolas), geração de emprego e renda (pra que haja concursos e empregos para todos e não só pro seu primo na época da campanha eleitoral!), que tenha saneamento básico (pra você não ficar recebendo restos de construção como aterro na época de campanha!). Ele deve fiscalizar a atuação do prefeito, verificar os orçamentos propostos, fiscalizar o gasto público para que seja direcionado para onde deve ser, para os mais necessitados!
Ele não é assistencialista, pois não vai “assistir” seus problemas imediatos, mas pode legislar para que a cidade seja melhor o tempo todo (não só durante as eleições) e para todos (não só para a sua família)!
E o seu candidato a veread@r é de qual tipo?
E não adiante me dizer que todos são iguais e tudo é uma merda mesmo, pois na hora você vai votar em alguém de qualquer forma, e toda a coletividade vai depender dessa sua escolha!
Você vai ter que escolher! Os nossos políticos são também de nossa responsabilidade! São também retrato do que somos, nós eleitores e cidadãos brasileiros!
Dizer que todo político é ladrão não resolve muita coisa, afinal, fomos nós que os colocamos no poder! Não foi??

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Voto e religião


Medo, ignorância, preguiça, intolerância e/ou manipulação? Qual dessas palavras ou qual combinação dessas explica a incompreensão que há entre boa parte das pessoas que não entendem que a garantia de um direito a um grupo historicamente marginalizado não necessariamente retira o direito de outros grupos?
Por exemplo, o direito ao casamento nas relações homoafetivas, não elimina o direito já existente de heterossexuais casarem, terem filhos, constituírem famílias, etc. Não precisa ser muito inteligente pra saber disso!
Em nenhum momento quando se discute o direito do casamento entre pessoas do mesmo sexo há alguma defesa de que por conta disso as pessoas de sexo diferente tenham que perder o direito de casar. Convenhamos, alguém realmente acredita – usando o cérebro como ferramenta – que uma coisa vai impedir a outra??
Tem que acreditar em conto de fadas pra pensar que se gays, lésbicas e outras feições homoafetivas, adquirirem direito de casar, ou outro direito qualquer, iriam implantar uma “ditadura gay”. Esse argumento é risível, medíocre, mas infelizmente compartilhado por muitas pessoas.
Outro exemplo, a liberdade de fato (já que em direito é garantida na constituição) de religiosos afro-brasileiros exercerem seus cultos em espaço público. Quem em sã consciência entende que a liberdade para os cultos afro-brasileiros vai significar o fim da liberdade para os cultos evangélicos, ou católicos, ou budistas, ou muçulmanos, etc.?
Em que momento alguém ouviu uma liderança religiosa africana dizer que quer que seus cultos sejam liberados e que por isso exige que os cultos de outras religiões sejam proibidos??!! Já se disse isso alguma vez, por acaso??
Claro que não!
Pois volto a dizer: a garantia de um direito a uma coletividade marginalizada historicamente não significa necessariamente o fim do direito já existente a outras coletividades! O direito de casamento homoafetivo, não exclui o direito do casamento heteroafetivo; a liberdade de cultos africanos não proíbe a liberdade de cultos não africanos.
E essa é a questão do estado laico! Para que TODAS as religiões sejam respeitadas, para que tenham seus espaços de liberdade religiosa, para que possam professar sua fé, é necessário que o Estado seja laico, ou seja, que não escolha nenhuma das religiões!
BOA PARTE dos candidatos que defendem bandeiras religiosas nesta campanha, PRINCIPALMENTE as vertentes neopentecostais, usam claramente a fé de seus seguidores para pedir votos. Usam os cultos para isso! Colocam o nome e o rosto dos candidatos na porta das igrejas deixando os devotos sem outra opção. Usam da fé para exercer um poder político claro!
Isso não é propriamente um problema (TALVEZ SEJA UM PROBLEMA ÉTICO!!). As religiões podem se organizar politicamente. Fazem isso, aliás! O que é verdadeiramente preocupante é que esses candidatos propõem mandatos restritivos à liberdade religiosa e sexual/comportamental de outros grupos. Suas propostas não estão tão preocupadas em garantir direitos ao seu grupo, mas muitas vezes estão concentradas em impossibilitar a garantia de direitos a outros grupos! Estão emperrando lutas que são justas, e que, convenhamos, não lhes dizem repeito, pois não vão lhes impedir de nada, não vão lhes proibir de fazer tudo o que já fazem no sua dia a dia!  
Estão claramente defendendo o direito DE SUA FÉ em oposição a outras, em oposição à pluralidade. Dizem que estão se defendendo de uma “ditadura gay”, da “macumba”, ou seja lá o que for, mas como alternativa a isso não defendem a liberdade para todas as religiões e sim a hegemonia da sua!
Isso é um perigo para a democracia! Um perigo para liberdade de TODAS AS RELIGIÕES.
Essas interpretações confusas só podem ser explicadas pela combinação variada das palavras acima: Medo, ignorância, preguiça, intolerância e/ou manipulação.
Porém, humanista como sou, acredito no potencial que existe latente em cada indivíduo de tentar fugir da obviedade, da pasmaceira intelectual. Pessoas podem ser mais do que são, podem superar sua própria alienação, pela simples e pura vontade de saber mais, de se informar, de não acreditar passivamente em tudo que ouvem.
As eleições são um bom momento para isso!
É hora de tentar!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O voto nulo em Belém


Compreendo e respeito a opção de muitos de meus amigos que optaram pelo voto nulo. Refiro-me àqueles que têm essa opção como uma alternativa política consciente, tais quais os colegas Anarquistas, por exemplo. De outro lado entendo perfeitamente que as lutas importantes TAMBÉM se dão no campo da práxis, nos movimentos sociais, nos sindicatos, na casa, na luta estudantil, na rebeldia da juventude, no campo da cultura, na contracultura, nos bares, nas “occupy”, na rebeldia comportamental, etc. Ora sabemos que política está em todos os lugares. Porém sei que o campo da política institucional (oficial) também é importante!! E muito!! Belém viveu e vive 8 anos de governo medíocre, acusado inúmeras vezes de corrupção, antipopular, repressor das categorias mais necessitadas e trabalhadoras (a exemplo de ambulantes, trabalhadores da saúde, do transporte alternativo, estudantes, etc.), sem contar o obscurantismo cultural e artístico ao qual ficou isolada a cidade nos últimos anos. 
Temos a chance de construirmos uma boa cidade às vésperas dos seus 400 anos. Uma administração com participação popular e apoio de grande parte da população pobre, que já teve no governo de EdmilsonRodrigues um dedicado representante. De outro lado há os candidatos da elite fragmentada, todos com cara de bons moços, de cordeiros, mas que no fundo representam um mesmo projeto de cidade: excludente e antipopular. Eles têm o capital, muito espaço na TV, apoio dos grandes meios de comunicação local (mesmo que divididos) e, além disso, na possibilidade de um 2º turno estarão todos juntos contra um inimigo comum: o povo e seus candidatos! Daí que a hora da mudança é agora, no primeiro turno!! 
Neste sentido é mais que necessário a luta unificada (mas sempre crítica) por uma mandato das esquerdas de fato! É necessário não só votar em Edmilson Rodrigues, mas eleger vereadores que deem sustentação política pra seu mandato! Lembremos que os vereadores podem barrar ou acelerar mudanças na cidade, de acordo com o seu posicionamento junto ao executivo. Um prefeito isolado, mesmo com boas intenções não pode fazer muita coisa. 
Fico a me perguntar se num contexto desses votar nulo não é se omitir da possibilidade de mudança pra melhor. É irreal que o voto nulo na atual cojuntura vá ser um voto de protesto efetivo, NÃO TERÁ EFEITO POLÍTICO PRÁTICO. Veremos mais adiante, no dia do resultado das eleições, que essa rebeldia (em alguns casos infantil e desavisada – repito: EM ALGUNS CASOS!!!) pode representar um atraso efetivo no processo de mudança! Daí que defendo o voto!! E não se trata do “voto útil”, mas um voto consciente e direcionado a candidatos populares e de esquerda! Voto Edmilson Rodrigues por acreditar na mudança, voto nos vereadores da coligação PSOL, PSTU e PCdoB. Não me omito de lutar pela cidade que queremos! Eu voto em “Belém nas Mãos do Povo” (PSTU / PSOL / PC do B)!!!

domingo, 19 de agosto de 2012

Campanha para redução dos salários dos professores do Pará e do Brasil ou para a sua efetiva extinção!!


Segundo as ORM os professores ganham bem, mas a educação no Pará está má, logo, a culpa é de quem...? Dos professores obviamente!
Isso todo mundo já sabe: os professores são culpados, eles são maus, fazem greves sem necessidade, faltam às aulas, são um bando de preguiçosos sem compromisso com a educação; reclamam sem necessidade do governo não pagar o piso salarial definido por lei (mas pra serve a lei afinal, não é ?!!).
Eles, os professor@s, fecham as ruas em suas greves e impedem os trabalhadores de chegarem aos seus empregos; atrapalham o trânsito e levam caos à cidade (afinal de contas o que as pessoas de bem têm a ver com a greve de professores, o que eles têm a ver com a educação da maioria da população que depende das escolas públicas – ora, isso não é da conta de ninguém que eu saiba? As pessoas só querem chegar ao seu trabalho e viver honestamente!!)... Esses profesor@s ficam o tempo todo reclamando, criticam a PM sem necessidade só por levarem de vez em quando umas balinhas de borracha (são apenas armas de efeito moral!), e umas espirradinhas de gás lacrimogêneo no rosto... [tristes são as balas de efeito imoral!].
Eles reclamam dos alunos; choram de barriga cheia com seus grandes salários maiores que de muitos outros estado da federação; reclamam sem motivos da violência nas escolas (as brigas constantes dentro e fora da sala de aula, os assaltos, o medo constante – ora bolas, nada mais natural do que um aluno esfaquear o outro vez por outra, isso é tão comum hoje em dia...). Por que os professores ainda se preocupam com essas coisinhas? Por que eles não apenas cumprem o seu papel e trabalham??!!
Reclamam sem motivos da carga horária elevada, em salas de aula quentes, sem refrigeração, sem estrutura nenhuma... Aliás, pra que ter ar condicionado em escolas públicas?... Pra que a necessidade de tanto luxo para professores e alunos?... São preguiçosos apesar das excelentes condições que o Estado lhes dá.
E o IDEB com fica, e a evasão escolar como fica? Os professor@s ao invés de estarem reclamando constantemente... reclamando de salários de marajás que têm... deveriam estar aprovando alunos, dando boas notas, evitando a repetência, para que os índices estaduais pudessem ser bons e com as boas notas no MEC, nosso IDEB aumentasse, e só assim, com bons índices, nós pudéssemos aparecer como povos civilizados perante o conjunto das nações do globo.
Tenho certeza que se tivermos boas cifras, boas estatísticas, como quer o governo do estado, a educação do Pará e do Brasil seria melhor e ai não teríamos motivos pra reclamar tanto de nossos elevados salários!! Mas não!... os professor@s, apensar de bons salários que têm, preferem manter tudo como está! A culpa é deles, de sua ineficiência, de suas reclamações. A culpa de tudo é dos professor@s! Não sei pra que temos que tolerar professor@s com salários tão grandes que não resolvem os problemas sociais e educacionais do Pará e do Brasil??!! Não sei pra que servem esses professores, aliás... na verdade não sei pra serve a escola pública.
Tendo em vista tudo isso lanço a campanha para redução dos salários dos professor@s do Pará e do Brasil, nas escolas municipais, estaduais e federais ou ainda, pelo fim, pela extinção da profissão de professor no Brasil!!
Apoie essa causa caro leit@r!! Divulgue entre seus amigos e familiares!!
Podemos perfeitamente viver sem professor@s, tanto que não nos faltem televisores e jornais de grande circulação!
Podemos viver sem escola pública (e isso serve também para as universidades públicas!!). Podemos viver sem professores, e os milhões e milhões que gastamos com seus salários exorbitantes poderemos fazer grandes outdoors onde colocaríamos estatísticas de um grande estado e uma grande nação, acompanhada de muita propaganda e acordos com grandes meios de comunicação como as ORM, a REDE GLOBO e outras. Essas sim!, prestariam um excelente e honesto serviço à educação da população, com seus jornais e televisões que colocariam as pessoas no seu devido lugar!!!



Eis a matéria das ORM

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Caetaneando por ai!


Acho “Superbacana” o aniversário de 70 anos do Caetano. “Alegria, alegria”! Viva a “Tropicália” nossa de cada dia. “Eles”, naquela época, não tinham entendido nada. O Gil tinha fundido a cabeça deles, o Caetano também! “Ave Maria”, ave Caetano, ave Gil, ave Tom Zé, ave Torquato, ave Duprat... No que às vezes nos parece uma “Paisagem inútil” da música popular, os tropicalistas aparecem para renovar o ambiente. Claro que eles não são unanimidade, nem se quer concordo com tudo o que diz Caê. É obvio que eles não são os únicos iluminados, nem no Brasil, nem na América. A América fervilhava e fervilha música popular, “Soy loco por ti América”! Mas Caê e Cia. eram a “Anunciação” de novos e velhos tempos revisitados! “Onde andarás”? Onde te encontras geração rebelde nos dias de hoje, quem serão nossos próximos Caetanos? “No dia que eu vim-me embora”, todos nós viemos, de meu sertão interior, trouxe comigo o moderno do mundo e a música do povo, o antigo e o modernos de todos nós. Antropofagia cultural era anunciada! Uma de nossas múltiplas antropofagias! Essa data deve se comemorar. “Alegria, alegria” mais uma vez! Chame “Clara”, chamem “Clarice” e vamos todos “caminhando contra o vento sem lenço e sem documento”! Valeu Caê!!!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O jazz e o "treme-treme"


O jazz fundiu a cabeça da “boa sociedade” que não estava acostumada com o swing e o “treme-treme” negro. Olha ai o treme visto com preconceito em 1930 em Belém. É a diáspora negra no mundo!

“E foi o jazz, com sua música bizarra, de rythmos e phraseios extranhos, musica cheia de arrepios e lassidões excarnificantes, que produziu tão grande revolução nos costumes.
(...)
Nas ruas, o jazz inventou o andar treme-treme, que é a beribéri das mulheres da moda” (“A noção do belo", revista Guajarina, Belém, 01 abr.1930).

E que negro seria esse nos dias de hoje?

Creio que basta olharmos pra quem dança o "treme" e o funk que iremos ter uma pista! Negros, afro-caboclos do Jurunas, do Guamá, do Paar, da Terra Firme, não necessariamente militantes do movimento, mas fruto da diáspora, da musicalidade, do ritmo, da corporeidade africana que se vê em qualquer garoto  ou garota de "aparelhagem" em fim de semana.

sábado, 4 de agosto de 2012

Existir é condenar-se a se ser exatamente a si mesmo!


Existir também é uma condenação.
Somos condenados a sermos nós mesmos.
Cada um é cada um, e só ele, e só isso, até o fim.
O João é o João. Tem que aturar o seu próprio mau humor, suas dores de cabeça, sua rinite, seu machismo, seu lugar comum.
O José é ele mesmo, somente isso e para sempre! Nunca será a Maria, mesmo que mude de sexo, mesmo que case com João. Pois se o fizer, tudo isso, será no máximo o José tornado Maria. Mesmo assim ele/ela será a si mesmo e não outro/outra.
Eu amarei para sempre, tão somente, como eu mesmo amaria, ou odiaria – sendo eu mesmo e apenas eu!
Fala-se consigo mesmo quando se pensa.
Respira-se a si mesmo quando se respira.
Chora-se a si mesmo quando se sofre.
Morre-se a si mesmo no leito final.
Apodrece-se a si mesmo no descanso sepulcral.
Existir é uma condenação e talvez a morte seja na verdade uma libertação para sermos outros.
Serei eu uma pedra imóvel depois de deixar de existir?
Serei Maria, serei José, com uma nova consciência, um novo olhar, um calo no pé onde quando eu era eu não existia calo no pé?
Existir é condenar-se a se ser exatamente a si mesmo!
Existir forçosamente é ser-se o que se é!