sábado, 29 de outubro de 2011

Poema para voar sozinho

Eu vou pôr do sol
A luz no lugar
Eu vou chover
Eu vou molhar
Eu vou então desaguar
E vou rio, liquefeito
Eu cair candente
Eu vou estrela brilhar
Eu vou estrada caminho
Eu vou caminhar
Eu vou vento
Moinho
Eu vou passarinho
Eu vou sair do ninho
Eu vou voar sozinho
Sozinho eu volvo o ar

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Eu sempre que posso evito morrer! Pois além de doer, deve anti-higiênico!
Às vezes o amor
Não é estarmos juntos o tempo todo.
É estarmos colocados,
Um dentro do outro!
Depois de uns três dias fazendo estes pequenos poemas (abaixo) de indignação contra a coisificação da vida, a destruição de populações indígenas, de rios e de pessoas, descobri que na verdade eles são apenas um poema, como vocês podem perceber.
Acho que ele terminou agora!
Indigna-se com a infâmia dos covardes,
Chora-se pelo luto dos inocentes.
Não embrulhamos pra presente!
Represa-se rios da Amazônia,
Cobramos por hidroelétrica!
Doamos entulhos indígenas da construção!
Coisificar-se pessoas,
Independente da cor, sexo ou idade.
Não aceitamos devolução!
Dá-se sorrisos órfãos.
Aos montes.
Pede-se que devolvam os dentes!
Vende-se poemas,
Cobra-se por estrofe!
Com rimas em promoção!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Aprende-se com o tempo,
demora, mas aprende-se,
que hora amamos e hora somos amados,
que hora desejamos e hora somos desejados...
Aprende-se, dolorosamente,
mas aprende-se,
que tais sentimentos não são,
contudo,
necessariamente coincidentes!
As paixões têm
seus subterfúgios!
Há, porém, sob os subterfúgios...
inumeráveis paixões!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

sábado, 15 de outubro de 2011

Hoje quero a simplicidade
Olá, como está, até logo...
O menor múltiplo comum
Bom dia, boa tarde, como vai?...
Sem nenhum subterfúgio,
Somente isso e nada mais...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Eu tenho pressa!

Eu tenho pressa em tudo que faço
Por isso erro
Me embaraço
Às vezes tropeço
No próprio encalço
Mas me levanto
De sobressalto
Eu tenho pressa
O tempo urge
O tempo corre, o tempo grita
Eu tenho pressa
Eu vou partindo
Antes mesmo que chegue a partida
Eu tenho pressa
E a pressa manda
Que eu lhe diga: adeus querida!

Limoeiro

Eu li...moeiro
Li-te todo
Li-te inteiro
Li-te o oco
Li-te o suco
A tua seiva
Li-te o volvulus
Na semeadeira
Plantei teu fulcro
No chão inteiro
Na terra úbere
E derradeira!
Para Flávia Souza

entre os transeuntes
e os circunstantes,
eu passei...
inconstante...
No fundo Pasárgada é aquele local onde se esconde o sossego, pode ser ou não na antiga Pérsia, e o rei de lá, que é meu amigo, e é amigo de todos os poetas, não é Ciro e nem outro rei, é apenas o som do silêncio...

domingo, 9 de outubro de 2011

Nossa Senhora de Nazaré abençoa os pobres, caboclos e índios da Amazônia.

Nossa Senhora de Nazaré abençoa os pobres, caboclos e índios da Amazônia. Proteja-os das hidroelétricas que matam rios (a biodiversidade e o modo de vida das populações nativas). Proteja-os dos conflitos de terras nas áreas dominadas por grileiros, multinacionais, agronegócio e madeireiros.
Corrija a justiça provinciana que criminaliza movimentos sociais e libera ricos políticos pedófilos da cadeia, assim como nunca coloca atrás das grades assassinos de sem terras, assassinos de lideranças religiosas e de todos aqueles que lutam por uma Amazônia ecológica e popular (muitos desses assassinos sendo representantes do próprio Estado).
Evita que elejamos prefeitos corruptos (que nunca são presos) que acabam com projetos sociais e sucateiam uma cidade inteira.
Auxilia a colocarmos representantes do povo, no congresso nacional e na presidência da República, que tenham de fato um projeto para a Amazônia e que não falem desta vasta região apenas quando pretendem penalizar algum ministro rebelde, ameaçando-o de exilá-lo em tão “distante” selva.
Por fim, minha Santinha, não se deixe iludir por mantos de fios de ouro que te adornam o corpo. Lembre da preferência aos pobres que foi o “signo” deixado por Jesus em pleno Império Romano. Lembre Senhora de Nazaré que o que envolve o núcleo eclesiástico do Círio, onde autoridades eclesiais e políticas observam o andamento da procissão, são os milhares de promesseiros apertados em uma corda de 400 metros de comprimento.
Lembra Santinha que sua imagem conduz a fé, mas é o povo que conduz a sua imagem. São os caboclos, como Plácido, que tomam as ruas da cidade, rios de gentes que conduzem a fé... e conduzem a berlinda... Lembra Senhora de Nazaré que o povo toma a cidade uma vez por ano, saem de suas cabanas interioranas e vem à Belém em seus barquinhos enfrentando as águas caudalosas dos rios da Amazônia...
Lembra Santinha que todos os anos o ritual se renova indicando antigos movimentos de gentes, lembrando antigas ondas de fé e rebeldia, lembrando outras tomadas das ruas, lembrando outros moradores de cabanas, que no fundo são as mesmas gentes que viveram e vivem a opressão dos velhos e novos opressores...
Lembra de tudo isso Santinha e nos abençoa!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sobre o tempo (em resposta a uma antropóloga)

Perguntas sobre o tempo
O que dizer?
O tempo corre somente
Do sol que nasce
Ao entardecer
Da noite fria
Ao dia quente
À noite o tempo passar no breu
De dia o tempo passa no movimento
Todo homem tem um tempo que é só seu
Que hora se fantasia de dor
E hora surge como contentamento
E os Nuer que tempo teriam?
Como poderia eu lhe responder?
De certo que não usam os relógios dos antropólogos
Como deves há bastante tempo saber...
No fundo cabe a gente, às vezes, dar um tempo
E esperar que o tempo seja, tão somente
Aquilo que o tempo tiver que ser...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

domingo, 2 de outubro de 2011

Abra os ouvidos
Você está vivo
Abra os olhos e deixe entrar a luz
Você está vivo
Deixe o ar entrar nos pulmões
E sinta a dor
Você está vivo
E é livre
Você está vivo e é livre
Até pra morrer...