quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Naturalizem-me com seus rancores, mas não esqueçam que fora eu (que sou pétreo, segundo as boas línguas morais e éticas), todo o resto é histórico, mutável e contraditório!

Poema do não querer

Nunca te pedi que me dissesses adeus
Nem sequer pedi que me anunciasses a chegada
Nunca te pedi que me indicasses o caminho
E muito menos quis que partisses à longa estrada!

Tateável!

Tátil é a vida que toco todos os dias
Com meus dedos táteis
Em sua coisa histórica
Em corpos vivos
Que existem em forma tátil
Tátil é meu sentido
As pontas de meus dedos são como lanças
Pontas
Mas minha pele é tátil
Extremidades ou não
Tátil é todo o sentido
Tateável!
#emimesmado!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Camarad@ não temas!
Quando uma porta se fecha para sua entrada...
tens ainda toda a imensidão da estrada!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Salve Mestre Verequete!!

Augusto Gomes Rodrigues, o Verequete, nasceu em Quatipurú em 16 de agosto de 1916 . Era filho de Antônio José Rodrigues e D. Maximiana, sendo o penúltimo de seis irmãos. Seu pai era conhecido como Antônio Maranhense, em decorrência de ter nascido naquele estado, e era um popular freqüentador de manifestações da cultura popular. O nome Verequete, pelo que ele mesmo narra, teria surgido em Belém, quando Augusto Gomes Rodrigues foi a um terreiro de umbanda em companhia de uma namorada. Impressionado com os cânticos e batucadas do ritual e principalmente com o cântico referente à entidade Verequete, ele teria voltado para casa cantando insistentemente aquela música e teria recebido o apelido dos amigos a partir daí.
Desde muito pequeno Verequete trabalhou em várias atividades, o que o impediu de aprender a ler e escrever . Desde os oito anos de idade já se envolvia em cordões de pássaro e bois-bumbás, em boa parte por influência de seu pai. Aquele tipo de atividade fazia parte de seu cotidiano desde muito pequeno. Segundo o que afirmou, teria fundado o seu próprio boi-bumbá ainda com oito anos de idade .
Por volta dos 12 anos deixou sua casa e foi morar com um irmão na vila de Careca, no município de Bragança. Mais tarde foi morar com um tio de melhores condições de vida, por algum tempo. Na juventude percorreu várias cidades do interior do estado, trabalhando em várias atividades. Morou na cidade de Capanema por dez anos, trabalhando como foguista na usina de luz. Depois foi ainda para Ananindeua, onde trabalhou como cortador de lenha para o trem que ia até Bragança. Finalmente foi morar em Icoaraci, distrito de Belém, onde permaneceu por cerca de 40 anos .
Participava ativamente das festas populares de rua e chegou a fundar seu próprio grupo, chamado “Pai da malhada”. Em relação à atividade de criador de folguedos populares, ele se considerava um “folclorista”, que no seu entender é aquela pessoa que cria o folclore: “A arte do folclorista é compor a música que entra no juízo dele e ele rima aquela música e bota tudo igual” .
Durante sua morada em Icoaraci participou de competições de bois-bumbás que a Prefeitura de Belém promovia. Dentre os bois que fundou ou participou, estão o “Flor da noite”, o “Pai da Malhada”, que era seu, e “Ramo dourado”. Por volta dos anos 60 diz que deixou o boi-bumbá e passou a se dedicar ao carimbó .
No Final daquela década teria feito uma festa em sua casa em Icoaraci e convidou o único grupo de carimbó que existia nas redondezas: “aí surgiu um [grupo de carimbó] no quilometro 23, mas não prestava para a família ver, era só pra bebedeira”. Como não existiam outros grupos que pudessem ser “pra família ver”, Verequete diz que resolveu fundar o seu próprio grupo, e em 1971 criou o “Uirapuru do Amazonas”. Nesta época suas apresentações se davam principalmente em Icoaraci. O carimbó ainda não havia se tornado popular em Belém: “Não tinha dentro de Belém, não se ouvia falar nem em carimbó” .
Verequete foi um dos primeiros artistas de carimbó a gravar um LP, em 1971, antes mesmo que Pinduca. O LP foi gravado em Belém nos estúdios da Radio Marajoara, segundo Vicente Salles , em só um dia, pela “Equipe Utilidades Domesticas”. Sobre seu pioneirismo, disse uma vez: “Não inventei nada, apenas fui o primeiro a botar o ritmo no salão” . Após este LP, com o sucesso crescente do carimbó em Belém e depois em outros estados, Verequete lançou vários outros discos. Contudo, diferente de Pinduca, por exemplo, a sua trajetória foi bastante tortuosa. Dos LPs lançados nos anos 70 não se aproveitou quase nada. Costuma dizer que foi enganado inúmeras vezes por seus empresários e acabou quase na miséria.
Em 1980 mudou-se para o bairro do Jurunas, na periferia de Belém. Neste momento o carimbó estava vivendo uma fase de refluxo após o período de grande sucesso na primeira metade dos anos 70. Sem receber nada ou quase nada de direitos autorais dos seus discos, acabou passando por dificuldades financeiras e se afastou da música por um longo período. Nos anos de 1990 Verequete vendia “churrasquinhos” na frente de sua casa para poder se sustentar. Seu caso foi característico de muitos outro de grupos de carimbó que surgiram nos anos 70 e depois desapareceram. Seja por inexperiência no trato com o mercado, seja por terem tido maus empresários, acabaram não desfrutando dos lucros do auge do carimbó.
O tipo de carimbó que Verequete tocava era o chamado “pau-e-corda” ou “carimbó de raiz”, isto é, o carimbó feito de maneira tradicional. Este tipo de carimbó seguia no geral o seguinte modelo: 1. tinha por base rítmica dois grandes tambores feios de troncos de madeira oca, o curimbó, medindo cada um em torno de 1 metro a 1,5 de comprimento por cerca de 50 centímetros de diâmetro. Geralmente um curimbó é maior que o outro, servindo, respectivamente, o grande para marcação do ritmo e o menor para repique, um mais grave e outro mais agudo. O tambor é fechado de um lado das extremidades por couro de animal entesado; o outro lado aberto serve para evacuação do som potente dos tambores. 2. Fora os tambores outros instrumentos podem fazer parte do “carimbó de raiz”, geralmente um banjo, um pandeiro, um ganzá, dois pauzinhos - que servem para batucar na parte de trás do curimbó, na madeira do tambor, criando um efeito sonoro equivalente a batida das mãos no couro - e um instrumento de sopro, clarinete ou flauta. Diferentemente de Pinduca, Verequete não quis “modernizar” o seu carimbó, manteve-se fiel ao que considerava autenticidade do ritmo: “Eu já cheguei a comprar um conjunto eletrônico, mas não me acostumei. É a minha opção. Quando eu nasci era assim, não havia eletricidade. É interessante mostrar como era feito no passado” .
Como nunca aprendeu a ler nem a escrever, suas músicas eram criadas e mostradas a pessoas que pudessem escrevê-las, geralmente a sua mulher, e mais recentemente eram gravadas em um gravador portátil para depois serem mostradas à sua banda .
Verequete, como outros músicos populares, não se dedicou somente ao carimbó, fez também outros tipos de música como xote e retumbão, em particular o retumbão bragantino .
Em 1997 lançou o CD “Uirapuru da Amazônia”, realizado pela SECULT, Secretaria de Cultura do Estado do Pará. Declarou em depoimento que graças a esse CD conseguiu comprar uma casa própria no bairro do Jurunas, nos anos 90. Esse fato mostra muito bem como em seu caso o carimbó não rendeu lucros suficientes para uma condição de vida estável.
Mas tarde Verequete recebeu prêmios nacionais do Ministério da Cultura e teve apoio da Prefeitura de Belém na administração do PT à época (com Edmilson Rodrigues). Sua situação voltou a piorar quando houve mudanças na administração municipal.
Verequete morreu em 3 novembro de 2009. Apesar das grandes dificuldades que passou em vida foi e é um dos maiores representantes da cultura popular amazônica e brasileira. Negro, pobre, analfabeto, suburbano, amazônida, brasileiro que mostrou que a riqueza da cultura e a beleza da arte podem enfrentar todo tipo de adversidade.
No dia de seu velório, no Teatro da Paz, tomei umas cervejas com uns amigos no Bar do Parque, para beber o morto com alegria! Alegria se deve ao fato de que a cultura popular não morre, apenas se transforma, já que ele é a alma pulsante da população excluída da sociedade, é uma maneira de mostrar que estamos aqui, mesmo que os poderosos não queiram nos ver. A alegria se deve à vitalidade da cultura popular, e dentro disso do carimbó, pois como já dizia o mestre: “O carimbó não morreu! Está de volta outra vez! O Carimbó nunca morre, quem canta o carimbó sou eu!!”

E viva Mestre Verequete! Viva o Carimbó!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

terça-feira, 23 de agosto de 2011

‎"Seu Tranca Ruas
Tranca aqui tranca acolá
So não tranca minha gira
Na hora de trabalhar"

Salve Exu Guardião Tranca Ruas!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pequeno poema sobre despedidas!

O que você vai fazer neste exato instante?
Não faça!
Convide alguém para correr na chuva
Ou para subir em árvores...
Ou para comer nuvens
O que você vai fazer no feriado?
Não faça!
Ande solenemente na praça
E coloque o dedo em riste em uma estátua
O que você não iria fazer hoje?
Faça!
Coma combustível
Expila fumaça
O que você perguntaria agora para pessoa ao lado?
Peça-a em casamento
Beijem-se num ônibus lotado!
Compre um travesseiro
Durma ao seu lado!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Batucada do Bar do Parque



Sabia que tinha alguma coisa útil pra postar aqui:

O Coletivo Canalha (A-Corda Bamba, Choramingando, Bloco da Canalha e Cia.) informa:

Sexta feira tem batucada do Bar do Parque!!!
(Dia 19 de agosto a partir das 18 horas)

Atrações: tod@s nós que quisermos batucar, cantar, dançar e ocupar este espaço que é da cidade de Santa Maria de Belém do Grão Pará.
Eu vou, afinal foi lá que "vovô fisgou vovó, no fim do carnaval..." Como já diriam os saudosíssimos Guilherme Coutinho e Walter Bandeira!!!!
Vamos!!!

Bar do Parque

Passo e vejo de repente
E nada ficou diferente
Se a mente lembra o que se sente
Estou feliz só em lembra...
Que foi aqui o meu lugar
Passa o tempo, passa a moda
E passa sempre a mesma imagem
De gente conversando em roda
Um papo que ninguém bolou
E o Bar do Parque já ficou...
O vovô poeta vibra
Que quando tinha seresta-ta
Veio a se manter a luz luar
E o sol tirava a sesta-ta
Bar do Parque é sempre foi
Tradicional e atual
Foi lá que vovô fisgou vovó
No fim de carnaval...
Vem a outra geração
Lá tem sempre a mesma imagem
De gente conversando em roda
Um papo que ninguém bolou
E o bar do parque já ficou...
E o bar do parque já ficou...

(Autor [O maravilhoso e hoje pouquíssimo conhecido, infelizmente]: Guilherme Coutinho; Interprete [o não menos maravilhoso]: Walter bandeira - 1971)

Observação importante!

A Batucada do Bar do Parque é uma reunião espontânea de pessoas (Bloco da Canalha, A-Corda Bamba, Choramingando e quiser mais quiser somar!!!!). Tem a intenção de movimentar o cenário cultural de Belém, num espaço tradicional de nossa vida artística. Não temos patrocínio, não temos nenhuma estrutura além da vontade. Mas acreditamos que fazer cultura não é só ficar reclamando da falta de apoio é também (!) enrolar as mangas e iniciar o jogo. Neste sentido todas as contribuições são válidas, desde a pessoa que quiser tocar um violão, até a pessoa que quiser apenas ver o evento e ficar batendo na mesa do bar. Nosso horário é A PARTIR (!) das 18 horas, e como vivemos o tempo da música e o tempo da arte (que difere do tempo burocrático de nossas vidas cotidianas e do tempo do capital!) de fato iniciamos e terminamos quando o próprio batuque, a música, a energia positiva e a alegria definirem!!! Batuqueiros de bom coração são tod@s bem vindos!!!!
Não tenho nada a declarar hoje, mas hei de ter daqui a alguns dias, ou logo que eu ficar bêbado! Saravá!
PS. por falar em bebida, alguém aí pode me emprestar cemzinho que tô duro e amanhã tem batucada do Bloco da Canalha e Cia no Bar do Parque?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Feriado

Tento manter-me com a espinha ereta, seguindo os conselhos de um velho amigo. Contudo, não sei se conseguirei vencer a batalha contra a gravidade. Talvez, quem sabe, isso seja o efeito natural da idade...
Acordei às 14 pensando que era meio dia - horas depois de uma noite em claro...
Tomei cerveja, amei pessoas, senti a energia de amigos.
Atualmente tenho ficado atento à cor laranja dos lugares, planejo um dia exercitar a fabricação caseira de vinhos, embutidos e outras coisas que vão me levar ao paraíso.
Ora o paraíso, maldita invenção dos Deuses, este lugar inalcançável onde podemos beber ambrosia à vontade e vivermos em eterna chapação!
Ontem lá pelas tantas da madrugada percebi que tentava desesperadamente tocar a lua, que estava bem alta... levantava minha mão como sempre faço, mas nada conseguia sentir. Vai ver a lua é fria de madrugada!
No fundo, ainda haverei de construir uma “maquina de procurar coisas” e ficarei a vida toda apenas procurando, mas nunca achando nem se quer dez centavos no chão!

Vontade

Quero tentar beijar tua boca fugidia
E tocar em tuas mãos impalpáveis.
Quero que tropeces em meus calcanhares
Em tuas brincadeiras de guria.
E pretendo escorregar sobre teu cheiro doce,
Não me importando que perfume utilizes.
Só me interessa a somatória que é o teu cheiro,
Matéria-prima de meus desejosos deslizes.
Desejo te ver passar por ai...
E que jogues o teu corpo no mundo, se assim quiseres,
Mas desejo mais que pares em minha frente
E que colemos, então, pele na pele.
Desejo que emaranhes as tuas pernas em minhas pernas,
De tal maneira que eu não possa sequer mover-me...
E que te aconchegues como se não quisesses me tocar...
No lúbrico jogo do querer-me e não querer-me
Quero descer levemente a mão em teu cabelo
E apalpar o lóbulo de tua orelha, te acariciando como se quisesses outra vez.
Tudo isso eu quero, eu desejo – sem comedimento.
E quem sabe queiras...
Talvez!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Meu eu lírico hoje está à flor da pele, está louco.
Enquanto eu, de minha parte, já superei todas as barreiras físicas do corpo!

Dor antiga

Poema para minha querida amiga Aninha Do Rosário.

Sofro de uma doença antiga
Que persegue por vezes os incautos
Doença de sustos e sobressaltos
Que conserva apertado o peito
Por vezes asfixia e quase mata
Há horas que a vertigem é quem ataca
E leva ao quase óbito corpo em moribundo leito
Doença dos infernos, dizem uns
Maldição deixada pelos Deuses
Marca indelével de nossa fraqueza
Que fulmina o peito dolorosas vezes
Mas que seria do homem se tal doença não existisse
Quantos poemas, quanta vida, irrealizados dramas?
Seria melhor a vida de um homem que não sentisse
Essa velha dor do coração daquele que ama?
Não sei, talvez para tal enigma não haja saída
Sobre certas matérias não cabe às vezes decifrações
Conformemo-nos então a tal desdita
Da dor antiga que atinge a todos os corações!

Arte como provoca-ação!

A arte sempre está um pouquinho à frente na percepção da realidade, porém seu “reflexo” é peculiar, está permeado pelo devaneio, imaginação e beleza! Daí que ela é mais uma pergunta, uma provocação, que uma resposta.
Seu reflexo é sempre uma reflexão, sua prova é sempre uma provocação.
Mesmo a arte conservadora nós provoca, pois ela será sempre uma reflexão de uma sociedade conservadora. E mesmo com seus limites ideológicos não deixará de ter até certo ponto aquilo que Marx problematizava sobre a arte grega ou aquilo que Lenin chamou de uma verdade sobre a realidade.
A arte é o campo da liberdade em termos gerais, pois que mesmo sendo uma reflexão da realidade o é sempre de maneira provocadora, criativa, rebelde, o eterno jogo do ser uma coisa sendo outra. Neste sentido a arte mesmo sendo ideologia é sempre mais complexa que as formas políticas, sociais, que os modelos e padrões.
A arte sempre é uma brecha para a liberdade, na medida em que ela sempre é provocadora, sempre nos diz algo, nos faz pensar. Sobretudo a arte revolucionária tem este objetivo mais claro, pois que a revolução é sempre a provocação sobre nossa condição humana, sobre a paralisia, sobre a quietude.
A arte revolucionária é sempre de/uma mobiliza-ação é sempre de/uma provoca-ação!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Do amor às paisagens

O amor às paisagens é o mais verdadeiro
Pois que é o amor somente
É o amar simples e puro
Sem outros tantos ingredientes
É um amor àquilo que de mais inteiro
Deu-nos nossa morada, Terra
Amar uma paisagem é como amar o absoluto
Tal que, o olhar amante não erra!
Tal amor não terá dor
Jamais terá luto
A paisagem é o horizonte inalcançável
Que se ama exatamente por não estar presente
É o amor que não tem toque
Nem sequer desejo
É o simples amar um sol poente
A noturna lua distante
É o amor da presença ausente!

(poema inacabado)

Há canções que pedem poemas

Para minhas amigas Ana e Wanessa: uma leitura amorosa de uma canção amorosa "Quem sabe isso quer dizer amor" (Márcio Borges e Lô Borges), magnificamente interpretada por Milton Nascimento.


Há canções que pedem poemas
Imprimem-nos uma necessidade
Exigem-nos um desejo
Uma dor qualquer
Um amor
Uma flor
Qualquer coisa bela
Há canções que nos lembram poemas inexistentes
Que forçam ser paridos, colocados pra fora
Pro mundo
Como se o mundo fosse uma coisa boa
Há canções que nos abismam, inebriam da pior droga: a vida!
Há canções que nos forçam a pensar que a última curva da estrada
Acarreta uma surpresa qualquer
Que a última jogada
Nunca é a última partida!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sobre o dia do orgulho heterossexual!

O “dia do orgulho hétero” é tão absurdamente imbecil como fazer uma “marcha para que o sol nasça todo dia” ou outras coisas do tipo. Isso pra mim só pode ser explicado pelos seguintes tipos de posturas: 1) imbecilidade inconsciente ou 2) preconceito consciente e descarado. Aos imbecis inconscientes fico a me perguntar se os alienados têm culpa da alienação e o que podemos considerar a respeito disso. Aos preconceituosos descarados só há uma solução: a mão firme de uma lei anti-homofobia (que é cada vez mais necessária!). A todos, resta conhecer minimamente a história para sabermos que nunca, absolutamente NUNCA, em todos os tempos e lugares (e posso falar quase que com certeza absoluta!) uma pessoa se quer foi agredida, humilhada, ameaçada, constrangida ou sofreu qualquer tipo de preconceito por “escolher” ser heterossexual. Se eu estiver enganado, pelo amor de Deus me digam quando aconteceu de alguém ter sido minimamente ofendido por ser hetero!!!!! O dia do orgulho gay não é uma agressão aos heterossexuais, é uma postura política afirmativa contra o preconceito. Uma lei contra homofobia não agrediria os heterossexuais, lutaria contra os homofóbicos, os agressores, os preconceituosos, etc. Quem não entende isso, ou é excepcionalmente imbecil ou é cinicamente preconceituoso! Não podemos tolerar isso. Lei anti-homofobia nel@s!!!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Especialismo: uma doença dos intelectuais!

Doença que acomete historiadores, sociólogos, antropólogos e afins. Consiste na hiper-especialização de cientistas que tendem a saber absolutamente tudo de sua área, mas não entendem de mais nada em todo o universo, nem tem opinião sobre assunto algum fora o seu. Costuma ser letal a partir da fase mestrado e doutorado e atinge, sobretudo, catedráticos empedernidos! Pode ser curado com poderosas doses de filosofia clássica ou com choque de realidade no cérebro! Se não for tratado corretamente pode levar ao fim do engajamento intelectual e, em alguns casos extremos, ao niilismo.
Desespero político é quando perdemos o bonde da história; desespero existencial, quando perdemos o bonde da vida!
Sobre o silêncio não se fala
Emudece-se!
Para as saudosas amigas Kissia Stein e Kezia Lavan


De saudade em saudade eu fiz um barco
Da matéria-prima solidão
Construído em madeira nobre
Tábuas de fibra coração
Lancei-me ao mar tenebroso
Tal qual Ulisses fez um dia
E o balançar do Deus croneida
Imprimia medo e alegria
O horizonte sempre distante
Era a saudade que eu sentia
De terras novas, mil amores
De presenças plenas e vazias
Não sabia eu que minha Penélope
Fruto de minha solidão eterna
Era apenas a nauseabunda sombra
Como narrado no Mito da Caverna

De fato o que procuramos em vida
Não é um reino, nem um amor
Procuramos o inexorável Télos
De hora viver o prazer e hora viver a dor