domingo, 26 de fevereiro de 2012

Juventude

Com o tempo tendemos a congelar determinados conceitos morais, estéticos e políticos. Isso impede, por vezes, que percebamos as transformações da história viva, pois tendemos a naturalizá-la. Esse é o primeiro efeito da ideologia na vida das pessoas: a naturalização das estruturas hegemônicas. O nome disso tudo pede ser denominado “velhice” e não coincide necessariamente com a idade biológica. Num mundo de estruturas desiguais petrificadas a juventude sempre será uma possibilidade. Ela também não coincide necessariamente com o tempo biológico de um indivíduo. A juventude brejeira e risonha será sempre a rebeldia do mundo!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

No exato instante

No exato instante em que a bala atravessa a epiderme, a derme e o tecido adiposo de qualquer parte de teu corpo... No momento exato, no exato instante em que o metal escaldante corta e queima célula a célula em frações de segundo, rompendo vasos, fragmentando ossos, adentrando em miolos, neutralizando neurônios, esmagando substancias, espatifando carne, triturando pele, explodindo olhos, corroendo pensamentos... Neste exato instante, enquanto a bala atravessa a cabeça de um lado a outro, aproveitando-se por vezes dos caminhos dos orifícios pré-existentes, do canal do ouvido, do nariz ou dos olhos, espatifando as paredes do organismo... Neste exato instante...
No instante exato em que a faca rompe as barreiras da pele e adentra bravamente a barriga, rasgando tudo, lubrificando de sangue seu caminho metálico-cintilante... Neste exato instante em que as tripas se rendem e a dor se atiça, no momento em que as entranhas vêem o mundo externo e a merda se espalha nas cartilagens, nos órgãos, na pele, nos poros... No momento em que a bosta sai de seu ritmo natural rumo ao reto e em que o metal cintilante trepida, esbagaça, embaralha, sacode, arrebenta tudo que tem dentro de teu corpo pré-defunto... Neste exato instante...
No exato instante em que o câncer carcomeu toda a matéria e espalhou-se nos órgãos profundos, levando à longa e dolorosa agonia... Na hora em que o pus se liberta da prisão tumoral que viveu por meses e se espalha levando fetidão ao organismo e correndo nas artérias como um sangue podre, pervertido, corrupto, maldoso, gangrenado, putrefato... No momento em que a dor amiga, que deixou vivo o organismo que já não realizava nada, abandona o corpo e nem nada mais sobra além de podridão... Neste exato instante...
No exato momento em que a morte decepa a tua cabeça e por uma micro-fração de segundo, enquanto teu crânio rola de teu pescoço ao chão em movimentos circulares, de rotação, batendo em peito, barriga, pernas, pés e terra... Neste exato instante enquanto os olhos de defunta cabeça ainda assistem o espetáculo bárbaro de teu fim, quando não é mais possível fazer nada pois teu cérebro gira como uma bola de futebol... Neste exato instante, no momento em que tu estás entre o aqui e o desconhecido, a existência e o nada, na fração de segundo em que a dor não significa nada... Na fração microscópica de segundo em que o teu cérebro ainda funciona...
Neste exato instante dirás:
- Quero mais, quero mais! Foi desgraçadamente bom tudo isso!

sábado, 11 de fevereiro de 2012

O caso Ney Messias

Muito sério isso galera, Secretário de Comunicação do Estado do Pará, Ney Messias, está sendo acusado de atitude machista e difamatória feita no facebook a uma jornalista paraense.
Esse tipo de comentário de um secretário de estado é no mínimo preocupante. Mesmo que o comentário machista não tenha sido dirigido à jornalista, como se defende Ney Messias, isso mostra no mínimo o tipo de comportamento totalmente inadequado a uma pessoa que está investida de uma função pública, ganhando o seu salário do dinheiro do povo.
É de se esperar que autoridades fiquem acima de picuinhas, disses me disses, ofensas pessoais, favorecimentos ou desfavorecimentos dependentes de amizades e humores. A permanência desse tipo de atitude de autoridades mostra o quanto o estado do Pará vive ainda em governos patrimonialistas, onde o que deveria ser público é usado como se fosse de propriedade de quem esta no poder. Faz-se do Estado o lugar dos favorecimentos dos amigos e do ostracismo dos inimigos! Como vai ficar isso?
Machismo é machismo! É inaceitável a qualquer pessoa. Independente a quem tenham sido dirigidas as ofensas - claramente machistas -, as afirmações foram inadequadas à postura que se espera de qualquer cidadão, muito mais em se tratando de um Sec. de Estado, que compre uma função pública, ou seja, para o povo!
Essa postura do Secretário de Comunicação do Pará deve ser no mínimo avaliada com seriedade e gravidade pelo Governador do Estado!!
E ai como fica isso???


Para quem quiser saber mais detalhes sobre este caso acesso o Blog da Franssinete Florenzano

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

"Maria da Penha Neles!" para baixar

Acho que tod@s já sabem que o Bloco da Canalha colocou a disposição a marchinha ganhadora de seu concurso de 2012. É só baixar e escutar! Fiquem a vontade!!

Texto do Blog do Bloco da Canalha

PARA BAIXAR A MÚSICA CLIQUE AQUI

Maria da Penha Neles! (Rita Melém e Cris Rodrigues)

O Bloco da Canalha: A vil ralé que cospe no chão! tem a honra e o prazer de apresentar a campeã do Concurso de Marchinhas do Bloco da Canalha: “Maria da Penha Neles!! Marchinha de autoria de Rita Melém e Cris Rodrigues, que ganhou o disputado certame do dia 22 de janeiro no Bar The Beatles!
Rita e Cris conseguiram fazer uma marchinha bonita, simples, com linguagem carnavalesca e com uma mensagem mais que necessária em nossos tempos! Estão de parabéns!!
Quem pensa que carnaval não é também coisa séria, a marcinha mostra o contrário. Pelas frestas da folia, em meio ao tempo da festa e da alegria, dá-se o recado: “Maria da Penha Neles!”
“Chegou a nossa vez!”
“A Canalha” não apenas recomenda como fica muito feliz em poder participar disso tudo!
Agora é com vocês: baixem, indiquem, presenteiem, divulguem, aprendam a letra, cantem! Mas não se esqueçam de citar os autores e a ficha técnica que vem junto. Afinal precisamos valorizar todos os artistas e os trabalhadores da folia!!!
Maria da Penha Neles!
E viva o carnaval!


MARIA DA PENHA NELES
(Cris Rodrigues e Rita Melém)

No mundo patriarcal
Explorar mulher parece natural
Cuidado macharada
Bater em mulher não está com nada


Refrão
Maria da Penha neles
Maria da Penha neles
É o bloco da canalha
Na luta com a gente.

Todo carnaval
É igual ao que passou
A mulher é presa fácil
E o macho, o predador

Refrão

Em todo lugar
É um tal de come, come
O cara se acha o tal
Mas é a mulher que engole o homem

Refrão

Galera da Canalha, (não se calem)
Chegou a nossa vez, (agora é lei)
Denuncie o agressor (180)
E mande pro xadrez.

Refrão


Ficha técnica da gravação de “Maria da Penha Neles!” de Rita Melém e Cris Rodrigues

Autoria: Rita Melém e Cris Rodrigues

Músicos

Voz: Cris Rodrigues
Coro: Aninha do Rosário, Rita Melém, Cris Salgado, Cris Rodrigues, Albert Cordeiro, Tony Leão, Larissa Leite.
Sax: Edinho do Sax
Trompete: João do Trompete
Violão de 7: Albert Cordeiro
Cavaquinho: Robson Conceição
Baixo: Emílio Leite
Teclado: Marcos Leite
Percussão: Estúdio EMMA
Arranjo: Todos
Técnica de som: Larissa Leite
Técnico de Mixagem: Emílio Leite
Produção Executiva: Tony Leão
Realização: Bloco da Canalha: A vil ralé que cospe no chão!

Gravado no Estúdio EMMA, em 01 de fevereiro de 2012.
Belém, Pará, Amazônia, Brasil!

Marchinha campeã do Concurso de Marchinhas Carnavalescas do Bloco da Canalha de 2012.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Poema que não fala de política!

à todos aqueles que não desistem de lutar!

hoje eu não quero discutir política
a não ser a política deste poema
este poema, meus car@s, não passa de um radical
ele não acredita neste bla bla bla todo...
ele defende a reforma agrária
defendo a reforma urbana
defende o humanismo como fim último do homem
ele defende o religare do homem consigo mesmo
ou seja, este poema é um fodifo
não passa de um idealista fora do tempo
mas, ele não tá nem ai pra essa gente careta
não tá nem ai pra essa gente covarde
não tá nem ai pra essa gente velha
que mesmo muito nova em idade, já representa tudo que é velho na sociedade!
meu car@s amig@s, na verdade este poema é um caso que não tem solução
tanto é assim que ele usa o @ quando usa o termo “caros”
porque este poema é contra o patriarcalismo e todas formas de opressão
este poema é um limitado
pois que todos os poemas o são
e ele não é perfeito e nem quer que o pensem assim
mas, ele não desiste, ele quer continuar
é um poema que tem esperança
por mais que leve muito mais porrada do que bata
este poema não passa de um miserável
o coração dele está com os miseráveis que caminham sem rumo
seu coração está com os Sem Terra, está com os Sem Teto, está com os Sem Dentes, está com os Sem Dignidade!
este poema não passa de um puto
ele gosta das putas e dos drogados
provavelmente este poema mora na cracolândia
dorme entre ratos e come migalhas
dorme nas favelas, mora nas baixadas
este poema só pode estar drogado
este poema só pode ser um negro ou um índio
este poema só pode ser um degenerado
pois só poemas degenerados pensam estes tipos de coisas em pleno século XXI
na verdade, este poema que se foda!
este poema que vá pra casa do caralho!
este poema que leve porrada da polícia!
este poema que seja torturado!
porque este poema já tá me dando no saco
pois como disse no início deste poema
hoje não quero discutir política!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Boa noite, boa madrugada!
Dêem beijinhos na pessoa amada.
Adormeçam ouvindo os ruídos da rua.
O último a deitar, por favor, apague a lua!
Casa minha noite
Rua minha lua
Lua minha nua
Casa, rua, nua, noite!