terça-feira, 2 de novembro de 2010

Ana Júlia.

Concordo que Ana Júlia perdeu para si mesma e para seus assessores. Mas as coisas sempre são mais complexas do que pensamos. Ela perdeu também para a ideologia: muito ex-petistas, intelectuais, funcionários públicos descontentes e demais pessoas entraram na lógica do discurso da “incompetência” como sendo uma característica inerente à mulher. Estava subjacente às críticas à suposta incompetência da governadora certo preconceito contra a mulher.
Obvio que o governo foi ruim comparado às expectativas que tínhamos! Isso é um fato real, objetivo, mas este fato foi amplificado pelos microfones da ideologia e pelos resquícios de preconceito contra a mulher que nossa sociedade tem.
Por outros motivos isso não se deu com a Dilma, pelo menos não com a mesma força, apesar da tentativa de tachá-la de inexperiente. Talvez a presença do Lula, muito mais perto no caso dela, tenha anulado um pouco isso. E mesmo sua trajetória pessoal, de tecnocrata por excelência, tenha anulado esta perspectiva.
Talvez isso seja uma prova de que a ideologia ainda tem muita força no discurso político conservador, mas também é prova de que um governo pouco eficiente (como foi o caso do PT no Pará) possibilita que velhos preconceitos sejam retomados e reforçados.

Um comentário:

  1. Tony, o teu blog tá bem interessante...

    Em Belém existe protagonismo juvenil e cidadania atrvés da comunicação popular, acesse: www.vamoquevamovqv.blogspot.com

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