domingo, 13 de junho de 2010

Caminho à Praia da Saudade



Cafonices à parte, quando pela manhã sopra um vento forte, ainda não contaminado pela cidade. Resigno brevemente o pensar, largo meu trabalho diário e viajo até a Praia da Saudade. Entro na água morna de Cotijuba e penso em peixes, farinhas e pimentas.
Penso no “pô pô pô...” que singra suave a água, corta o rio e faz a maresia bater na beira, no barro, na lama.
Moleque corre a ponte e pirueta no céu e no chão do rio...
Bom mesmo é ver a maré cheia, as casinhas com roupas secando no varal, a criança cabocla olhando o barquinho e se perguntando sei lá o que... Seria talvez: que gente estranha é essa que vem da cidade?
Nestes momentos vejo que o vento tem cheiro, que a cor do céu muda de lugar para lugar - mesmo que as nuvens não tenham nem, pátria nem patrão - e que as arvores balançam com sotaques.
E que o sol da manhã, e as manhãs, são diferentes mundo afora apesar de que em todos os lugares queremos sempre o mesmo: um pouquinho de quietude.
Essa saudade vaga e doce me acomete todas as manhãs que acordo cedo – são poucas vezes! - ou toda vez que distraído olho o céu e, coincidentemente ou não, o vento da praia vem me visitar na cidade...

Um comentário:

  1. Muito lindo! A foto tb é belíssima...comovente, com saudade e com gostinho de infância ou talvez, com sabor de adult@ nostálgic@

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