sábado, 5 de junho de 2010

Mais uma vez a questão dos menores!

Clama-se por leis mais rigorosas para punir adolescentes infratores! Todos pendem prisão energicamente, punição enérgica. Dá cascudo neles! Dá porrada nesses pivetes, quase todos pobres, quase todos negros, quase todo índios!
Curiosamente o mesmo clamor enérgico não se vê, por exemplo, para pedidos de mais escolas, saúde de qualidade, mais agilidade no sistema de justiça público, mais emprego, mais lazer para as áreas excluídas da sociedade. Não vejo o mesmo clamor (pelo menos não com tanta força!) para que as instituições que deveriam “re-socializar” tais menores funcionem mesmo, em seus rigores definidos por lei e também em seu caráter pedagógico, de construção de novas sociabilidades!
Isso me parece uma espécie de cidadania preguiçosa (se é que isso existe!). Escolha-se o mais fácil! É melhor exigir que se esculache com os pobres colocados a margem da sociedade (qualquer resultado da barbárie não pode ser menos cruel que mais barbárie!) do que aceitar que todos nós somos culpados, primeiro por omissão e preguiça e segundo por fazermos péssimas escolhas de nossos representantes!

Enquanto isso os seqüestros e assaltos envolvendo menores em Belém continuam todos os dias e quando a polícia age mostra que tem muita coisa fora da ordem, sobretudo no Estado, nas instituições públicas!
O foda é que a corda sempre rompe pro lado mais fraco!

PS.: Se alguém entrou aqui antes lembra que estava o vídeo em que os policiais de Belém fazem três adolescente dançarem, constrangindo-os publicamente no You Tube. Depois resolvi retirar o vídeo, quem quiser que veja no You Tube, nao vou corroborar com o desprepado da políca.

Um comentário:

  1. Engraçado, na verdade estranho, ler esse texto logo hoje... há duas noites acordo desesperada de um terrível sonho: estou com meus alunos, todos tão pobres como não poderiam deixar de ser em uma comunidade da periferia que se constroi em cima do mangue na capital nacional do petróleo, o sonho segue, e a polícia começa a atirar contra nós, às vezes me acerta, ás vezes acerta um de meus alunos, mas nunca morremos. O mais doloroso desse sonho é que ele nunca aconteceu comigo,mas já com muitos de meus alunos, com suas pessoas queridas.

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