Fala de José Júnior sobre o Bloco da Canalha
"Que bom saber
que nossa geração desenha sua história marcando presença na vida cultural e
boêmia belenense. Assim como"a turma do peixe frito" dos anos quarenta
representada por homens como Bruno de Meneses e Dalcídio Jurandir; os boêmios
do bar do parque dos tempos de Ditadura Militar, que conspiravam contra o
sistema fazendo música e poesia; da turma do "Afoxé Dudu" dos
badalados anos oitenta, bem como dos "seresteiros do Carmo" nos anos
noventa e dois mil, agora "A Canalha: A vil ralé que cospe no chão",
que começou com uma brincadeira em brindes incessantes no saudoso Bar do
Mezenga em meados dos anos noventa, agora sofisticadamente representada pelo
Bloco da Canalha faz sua história numa sociabilidade alegre, saudável e bonita
com gente que transmite as melhores das energias para essa nossa queridíssima
Santa Maria de Belém do Grão Pará. É lindo ver lugares da cidade sendo
recuperados como ponto de cultura (do mais alto nível, diga-se de passagem),
como o Mercado de São Braz, obra do início do século XX, construído justamente
como espaço de segregação, para atender os migrantes cearenses que se
instalaram nos arredores de Canudos, Guamá e Covões de São Braz, gente simples
não desejada pelos paladinos lemistas no centro da cidade, preferido aos
"cidadãos bellepoqueanos". E hoje ao fazer um passeio pela cidade
singrando as Avenidas Nazaré e Magalhães Barata desaguamos no Mercado
construído por Filinto Santoro, que teve seus traços arquitetônicos
propositalmente valorizados pelo arquiteto e ex-prefeito de Belém Edmilson
Rodrigues ao fazer a inversão das avenidas, deixando-o de frente para o povo
que agora o ocupa e o re-signifíca com a Batucada dos Excluídos dando o sentido
e valor que o mesmo sempre mereceu. Parabéns a todos que fazem esse
movimento!"
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