Há vários tipos de “patrulhamentos ideológicos”. Mas acho que há dois mais importantes.
O primeiro é o daquele teu amig@ que fala assim: “Pô, velho você ta sendo machista!”, “Pô, camarada, você tá pisando na bola, ta sendo preconceituoso”, “Pô, amig@, nada a ver, você tá sendo homofóbico!”, etc. Esse é o “patrulhamento ideológico” de seu amig@ mala, aquele seu amig@ chato e “politicamente correto”. Acho que esse “patrulhamento” tem uma vantagem: é feito por alguém que geralmente tá do seu lado, quer lhe “corrigir” como amig@, na boa, mesmo com a “chatice” do discurso politicamente correto. Gostaria de ter mais amig@s chatos assim, pra eu melhorar como pessoa!
O segundo tipo importante é o “patrulhamento ideológico” do discurso hegemônico. Esse é invisível e inaudível, você nunca vai ouvir alguém lhe repreender com ele, você nunca vai ser chamado à atenção e criticado por ele, porque ele já é discurso da normalidade, que por consequência já é o discurso da dominação. Então, por esse patrulhamento da média, do homem e da mulher comuns, da mídia, da família, do Estado, dos amig@s, da igreja, da grande imprensa, você nunca será repreendido e nunca será criticado, já que você já o reproduz sem refletir sobre ele.
Daí que você reproduz piadas e preconceitos contra negros, mulheres, gays, pobres, etc. mas não percebe o motivo de nunca fazer piadas sobre aqueles que estão no poder. Contra a normalidade quase ninguém se rebela, já que ela esta internalizada pela força da ideologia hegemônica.
“Patrulhamentos ideológicos” sempre existirão, já que todo texto, toda palavra, toda fala, todo discurso é permeado de ideologias. A diferença é que o “patrulhamento” contra-hegemônico, na maior parte das vezes se posiciona, pretende saber quem é e contra qual discurso está se opondo; e o “patrulhamento” do pensamento hegemônico não se mostra, não aparece, não fala, não critica, não é “chato”, não é “mala”, não é “polêmico”, não é “inconveniente”... já que é apenas a normalidade, o silêncio das relações de poder desiguais do dia a dia.
De qual “patrulhamento” você participa?
Saravá!
Hoje é bem ao contrário do que você expôs, caro conterrâneo paraense. É a anormalidade, a mentira, o horror, o mal e a deformidade que são hegemônicos no mundo e que já deram à luz à esse aborto que é o mundo moderno em que vivemos. Ademais, não generalizar já é promover uma generalização. Diria que quem busca a verdade ou a sabedoria precisa reduzir o que a sua consciência já obteve de conhecimento, apenas através da poderosa perspectiva que é a generalização.
ResponderExcluirParabéns pela simplicidade e sinceridade deste seu blog.
JOÃO EMILIANO MARTINS NETO
Obrigado João. Um abraço.
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