terça-feira, 12 de outubro de 2010

Poema de Raquel Costa

Digestão.


Pemeiro, eu te bebi
em doses suaves, repetidas
em goles longos
como a qualquer outra bebida
eu te sorvi
absorvi teu hálito
teus líquidos, teus espasmos.
Depois, te engoli
tão fácil, tão fálico
em doses únicas
de gozos
te possuí.
Então, eu te expeli
das entranhas, dos nervos
te vomitei
e ti e aos meus erros
espremi meus desejos
te expulsei dos poros
dos sonhos
e te esqueci.

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