quinta-feira, 3 de maio de 2012

Morrer de infinito


Tenho medo de morrer de rio
Como se o rio fosse minhas veias
E o meu sangue transbordasse
Tenho medo de morrer de ar
Como se meu pulmão fosse o céu inteiro
E dentro de mim, eternamente, tempestadiasse
Tenho medo de morrer de terra
E ficar crucificado no chão
Como se eu fosse uma pequena bactéria
Incrustada num frio pedaço de carvão
Só não tenho medo de morrer de infinito
Pois mesmo que expurgue um estrondoso grito
Das profundezas quase incólumes de meu pulmão,
A vida-morte pulsaria eternamente
E minha voz plasmada no absoluto
Tornar-se-ia parte da própria imensidão

3 comentários:

  1. Morrer de infinito! Essas idéias só podem mesmo procurar a cabeça do poeta para morar! Belo!

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  2. E o medo, quem foi que inventou?

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  3. O medo foi inventado pelo Bicho Papão. Todos sabem disso Ana!!!!!

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