terça-feira, 2 de agosto de 2011

Para as saudosas amigas Kissia Stein e Kezia Lavan


De saudade em saudade eu fiz um barco
Da matéria-prima solidão
Construído em madeira nobre
Tábuas de fibra coração
Lancei-me ao mar tenebroso
Tal qual Ulisses fez um dia
E o balançar do Deus croneida
Imprimia medo e alegria
O horizonte sempre distante
Era a saudade que eu sentia
De terras novas, mil amores
De presenças plenas e vazias
Não sabia eu que minha Penélope
Fruto de minha solidão eterna
Era apenas a nauseabunda sombra
Como narrado no Mito da Caverna

De fato o que procuramos em vida
Não é um reino, nem um amor
Procuramos o inexorável Télos
De hora viver o prazer e hora viver a dor

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