segunda-feira, 25 de abril de 2011

A ovelha

Cientistas sociais de uma maneira geral são como ovelhas num pasto chamado existência. Vez outra uma ovelinha abusada se separa do bando. Mas eis que vem o pastor, chamado filosofia da realidade, indicar o caminho. No início do século XX a ovelinha rebelde se chamava antropologia, e tinha a mania de comer grama em pastos exóticos para apreciar melhor o gosto de seu próprio gramado. Infelizmente ele não costumava perguntar se o pasto alheio já tinha dono. Desde a segunda metade daquele mesmo século a ovelinha má ficou conhecida como estudos literários e lingüísticos. Ela acreditava que só a verbalização da palavra capim já lhe garantiria a vida eterna no paraíso, infelizmente quase morreu de fome. Por algum tempo as ovelinhas pensam ter autonomia, mas mal sabem elas que quem tem o cajado, chamado o verdadeiro motivo ou a dura realidade das coisas, é o pastor!

Um comentário:

  1. o texto é lindo. Poesia, simplicidade, metáfora carinhosa .Qdo vi este textinho, tinha acabado de ler um de um jornalista raivoso.
    Achei lindo, delicado e perfeito!
    Gostei dessa também, Tony. Rá! --->A arte é livre, a ciência não, o resto é moda

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