Fui à feira da Terra Firme comprar peixe e só tinha um
vendedor na ativa. Me disse que a filha de um peixeiro passou no vestibular da
UFPA e estavam todos comemorando. Vai faltar peixe hoje no bairro – por um bom
motivo, é claro!.
Aqui nas ruas próximas, tiveram fogos o dia todo, o que
significa que muitos filhos de moradores da TF entraram na maior universidade
pública do Norte do Brasil.
É bom ver os moradores da periferia, grande parte deles
de famílias humildes, chegando à universidade. Pena que muitos desses disputam
em condições desiguais vagas com filhos da elite, que tiveram uma preparação
cara nos cursinhos espalhados pela cidade (a outra face da mercantilização da
educação). Isso me lembrou que as cotas garantem a entrada de muitos desses
moradores da Terra Firme e de outros bairros pobres de Belém. As cotas são
muito necessárias, apesar de serem ainda uma política paliativa e precária.
O curioso de tudo isso é que muitos filhos da elite também vão ocupar vagas da universidade pública que mais produz conhecimento na região amazônica. Diferente dos primeiros - os referidos moradores da TF e outras periferias - muitos desses são herdeiros da mesma elite que defende o “Estado Mínimo” (a desobrigação do Estado com a educação pública e outros setores da vida social), e são contra a política de cotas e outras políticas sociais. Afinal, “pobre é pobre, por que quer, não é!”.
Ora, e por que tanta vontade de entrar na universidade pública, então, se a intervenção do estado é nociva?!
Eis a questão: escola púbica para o povo.
Parabéns aos ingressos na UFPA, principalmente aos filhos da classe trabalhadora das periferias de Belém! Saravá!
O curioso de tudo isso é que muitos filhos da elite também vão ocupar vagas da universidade pública que mais produz conhecimento na região amazônica. Diferente dos primeiros - os referidos moradores da TF e outras periferias - muitos desses são herdeiros da mesma elite que defende o “Estado Mínimo” (a desobrigação do Estado com a educação pública e outros setores da vida social), e são contra a política de cotas e outras políticas sociais. Afinal, “pobre é pobre, por que quer, não é!”.
Ora, e por que tanta vontade de entrar na universidade pública, então, se a intervenção do estado é nociva?!
Eis a questão: escola púbica para o povo.
Parabéns aos ingressos na UFPA, principalmente aos filhos da classe trabalhadora das periferias de Belém! Saravá!
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