O médico aproximou-se do poeta, paciente, e disse:
- Amigo, tens que te tratar,
Fazer exercícios pelo menos três vezes por semana...
E o poeta, paciente, disse:
- Doutor, já faço três poemas por semana e às vezes um conto,
Como é que ainda vou morrer!?
Blog para reflexões ludo-telúrico-etílico-filosófico-poético-existenciais, ou seja, pra falar tudo que mim comigo mesmo gostaria de falar. Mas todos serão bem vindos!
quarta-feira, 27 de julho de 2011
terça-feira, 26 de julho de 2011
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Mais um poema sobre café!
Tomo café
Ora, porque o café existe
E existe minha sedefomevontade
Tomo o café
E o café consome
Ora, porque o café existe
E existe minha sedevontadefome
Tomo e o café consome
Some o café
Fica a sede
Fica a fome
Fica a vontade
A necessidade sempre está
A fome é
A sede é
A vontade torna-se
O café é
O homem sede tem fome
O homem necessita do homem
O café consome
Com sede
Com fome
Ora, porque o café existe
E existe minha sedefomevontade
Tomo o café
E o café consome
Ora, porque o café existe
E existe minha sedevontadefome
Tomo e o café consome
Some o café
Fica a sede
Fica a fome
Fica a vontade
A necessidade sempre está
A fome é
A sede é
A vontade torna-se
O café é
O homem sede tem fome
O homem necessita do homem
O café consome
Com sede
Com fome
sábado, 16 de julho de 2011
sexta-feira, 15 de julho de 2011
E que graça teria de ser apenas amor
Sem der calafrios,
Aflição,
Sem causar tremor,
E até desilusão?
Que graça teria se fosse como comprar pão na padaria,
Ir à escola,
Fazer comida?
O amor bom,
Aquele amor de verdade,
É meio como a mordida em uma fruta travosa:
Inteiriça a língua,
Faz nos tremer todo
E pode ao fim, quem sabe, até ser gostosa!
Rio, 15/07/11
Sem der calafrios,
Aflição,
Sem causar tremor,
E até desilusão?
Que graça teria se fosse como comprar pão na padaria,
Ir à escola,
Fazer comida?
O amor bom,
Aquele amor de verdade,
É meio como a mordida em uma fruta travosa:
Inteiriça a língua,
Faz nos tremer todo
E pode ao fim, quem sabe, até ser gostosa!
Rio, 15/07/11
terça-feira, 12 de julho de 2011
Sacumé meu cumpadi, sacumé!
Pros man@s do Choramingando, A-Corda Bamba e Canalha. Saravá!!
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
Eu tava num batuque
Lá casa do José
E apareceu aquela nêga
E eu quis saber qual é
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
O batuque era de prima
Bonito isso meu cumpadi!
Eu chamei Choramingando
Que é da melhor qualidade!
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
Esse gira é de malandro
A melhor dessa cidade
Então chega A-Corda Bamba
Que é batuque de verdade
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
E a gira tá redonda
Gostosa de umbigá
As neguinha vão quebrando
Pra ciúmes de iá iá
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
Esse baque é de embolada
De sambar de terreiro
É da criatividade
Desse povo brasileiro
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
Pelo telefone eu aviso
Pro delegado se atrasar
Sacumé otoridade
A Canalha quer sambar
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
Eu batuco na cidade
Na favela e no sertão
O batuque é verdadeiro
Ele é do coração
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
Eu já fiz a minha parte
Pro saba ficar maneiro
Sendo assim vou dar passagem
Para os outros companheiro
Mas não esqueço a minha nega
A cabrocha do terreiro
Não leva mal camaradagem
Mas cada galo em seu poleiro
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
Da melhor qualidade!!!!!!!!!!!
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
Eu tava num batuque
Lá casa do José
E apareceu aquela nêga
E eu quis saber qual é
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
O batuque era de prima
Bonito isso meu cumpadi!
Eu chamei Choramingando
Que é da melhor qualidade!
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
Esse gira é de malandro
A melhor dessa cidade
Então chega A-Corda Bamba
Que é batuque de verdade
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
E a gira tá redonda
Gostosa de umbigá
As neguinha vão quebrando
Pra ciúmes de iá iá
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
Esse baque é de embolada
De sambar de terreiro
É da criatividade
Desse povo brasileiro
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
Pelo telefone eu aviso
Pro delegado se atrasar
Sacumé otoridade
A Canalha quer sambar
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
Eu batuco na cidade
Na favela e no sertão
O batuque é verdadeiro
Ele é do coração
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
Eu já fiz a minha parte
Pro saba ficar maneiro
Sendo assim vou dar passagem
Para os outros companheiro
Mas não esqueço a minha nega
A cabrocha do terreiro
Não leva mal camaradagem
Mas cada galo em seu poleiro
- Sacumé meu cumpadi, sacumé!
- Sacumé meu cumpadi, sei cumé!
Da melhor qualidade!!!!!!!!!!!
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Maria e José: a luta é o que a vida é!
estas com sede, homem,
sede de justiça,
sede de fé?
beba a vida
antes que a vida lhe coma o pé!
- e não caminhes, nem se quer levante.
coma a vida.
ande José!
estas com fome, mulher,
com fome de dignidade
com fome de fraternidade?
coma a vida, antes que ela lhe coma a fé.
beba a vida, lamba, lambuse-a, mulher!
- Maria tome a vida, tome a vida José!
sois com sede e com fome, homem,
mulher?
tome a vida!
tome a terra!
tome a dignidade!
faça a fé!
tome tudo !
pois a vida é a luta
a luta é o que a vida é!
sede de justiça,
sede de fé?
beba a vida
antes que a vida lhe coma o pé!
- e não caminhes, nem se quer levante.
coma a vida.
ande José!
estas com fome, mulher,
com fome de dignidade
com fome de fraternidade?
coma a vida, antes que ela lhe coma a fé.
beba a vida, lamba, lambuse-a, mulher!
- Maria tome a vida, tome a vida José!
sois com sede e com fome, homem,
mulher?
tome a vida!
tome a terra!
tome a dignidade!
faça a fé!
tome tudo !
pois a vida é a luta
a luta é o que a vida é!
Samba do malandro antigo
Letra minha e música de Osvaldo Santos
Malandro antigo
que vaga cabisbaixo
debaixo dos olhos
a história que restou
malandro coitado
só tem o consolo
do samba da baixa
que vez em quando encaixa
tuas histórias de amor
malandro agora
os tempos são outros
nem mesmo a dura
os home, a coça
se quer se importam
com um malandro assim
mas doce malandro
levante a cabeça
e antes que pereça confie em mim
confia nos moços
no samba sambando
mulata dançando
navalhas no ar
nos dias de hoje
malandro amigo
maior malandragem
não é só lembrar
pois samba não morre
não morre o molejo, a ginga, o gracejo
do velho malandro
confia nos moços
que do fundo do poço
já podes ouvir
um samba chegando
cadencia, gingando
e o riso malandro
de novo fulgir
Malandro antigo
que vaga cabisbaixo
debaixo dos olhos
a história que restou
malandro coitado
só tem o consolo
do samba da baixa
que vez em quando encaixa
tuas histórias de amor
malandro agora
os tempos são outros
nem mesmo a dura
os home, a coça
se quer se importam
com um malandro assim
mas doce malandro
levante a cabeça
e antes que pereça confie em mim
confia nos moços
no samba sambando
mulata dançando
navalhas no ar
nos dias de hoje
malandro amigo
maior malandragem
não é só lembrar
pois samba não morre
não morre o molejo, a ginga, o gracejo
do velho malandro
confia nos moços
que do fundo do poço
já podes ouvir
um samba chegando
cadencia, gingando
e o riso malandro
de novo fulgir
domingo, 10 de julho de 2011
Um
Um lírio
Uma casa
Um arredar
Um mover o móvel
Um esculpir o inexistente
Um roer
Um roer
Um fazer coisa
Uma coisa
Uma coisinha
Uma zinha
Uma nhá
Um a
Um
Uma casa
Um arredar
Um mover o móvel
Um esculpir o inexistente
Um roer
Um roer
Um fazer coisa
Uma coisa
Uma coisinha
Uma zinha
Uma nhá
Um a
Um
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Tecno-brega
Tum-tum tá
Tum-tum tá
Tum-tum tá
Tum-tum ta
“3, 50 R$ o recarregador novinho na TF, mas até 3 R$ morre!”
Tem sansungue, tem éle gê, tem até disco antigo do Pinduca,
Mas se quiser peixe frito, tem na barraca perto do mercado
“me dá 10 no tecrado, que a gente negocia!”
“1 real o DVD!”
hoje saí pra namorar a cidade
em todas suas facetas
suas gretas
ruelas
paisagens
sarjetas
quero revirar seu intestino-esgoto
no baixo meretrício
no porto
quero ver as criancinhas brancas
de classe média e alta
entrando nos carros com ar condicionado
serei o garoto que vende bala
tostando no asfalto
o capacete do carona do moto-taxista é quente, cheira e suor e é empoeirado,
mas é mais barato e passa por entre os carros
a única desvantagem é que não da pra ouvir música alta
o amarelo da blusa do moto-taxista brilha no sol das três da tarde,
na hora que as meninas de calça coladíssima e bucho aparecendo (tudo provocado pelo consumo excessivo de farinha, provavelmente!) estão no intervalo de aula do Brigadeiro Fontenelle
elas inventaram uma nova moda...
que povo criativo esse...
serei o tio do cafezinho
na esquina da escola
quero o belo e o feio destas ruas
fazer Cooper na Avenida Tucunduba
ou na Praça Batista Campos?
o que fazer com o vendedor de balas
que não deixaram entrar no coletivo?
o que ele gritava, quase chorando, bufando, quase morrendo?
era câncer-vida,
vida-desespero,
vida-dor?
câncer-câncer!
quero visitar os palacetes,
as telas-mito de nossa origem
os vultos
nossos grandes defuntos
- não os pobres viventes –
impávidos colossos sorridentes
Tum-tum tá
Tum-tum tá
Tum-tum tá
Tum-tum ta
quero-me ver refletido em toda a cidade
na vidraçaria da Estaca das Docas
nas valetas, canais e poças
nos igarapés, esgotos
vou tomar banho de maré com as crianças
da Terra Firme
ouvindo tecno-brega em alto volume...
terra-firme-praça-até-o-tucumduba!
terra-firme-praça-até-o-tucumduba!
terra-firme-praça-até-o-tucumduba!
terra-firme-praça-até-o-tucumduba!
Guamá-até-o-clipe!
Guamá-até-o-clipe!
Guamá-até-o-clipe!
terra-firme-praça-até-o-tucumuamá-até-o-clipe-1,50-R$!-só-1,50R$-freguesa!
Aceita-meia?Mas-ansim-mano!ai-tu-já-qué-falí-a-empresa!-terra-firme-praça-até-o-tucumduba!
terra-firme-praça-até-o-tucumduba! Guamá-até-o-clipe! Guamá-até-o-clipe!
Tum-tum tá
Tum-tum tá
Tum-tum tá
Tum-tum ta
mataram 3 na ligação só no domingo!
Três horas da tarde o sol esquenta, o asfalto ferve, o sol esquenta a costa morena do transeunte e o vapor exala!
cerveja a 1 real até a meia noite!
fotografei a cidade com meus versos
pintei suas ruas com meu canto
ouvi a partitura de seu pranto
em um menino que vendia balas
e transcrevi a sua cara
o seu espanto e desalento:
- um miserável que espera em silêncio
esperaria um poema abstrato?
esperaria comida no prato?
esperaria socorro somente?
ou um trocado pra fazer a cabeça?
uma “parada” pra consumir a mente!
contudo, observo, antes que eu esqueça
que este poema não mudou nada
em sua vida desgraçada!
e nem se quer em alegria
termina a merda desta poesia!
Todo dia tem!
Tum-tum tá
Tum-tum tá
Tum-tum ta
“3, 50 R$ o recarregador novinho na TF, mas até 3 R$ morre!”
Tem sansungue, tem éle gê, tem até disco antigo do Pinduca,
Mas se quiser peixe frito, tem na barraca perto do mercado
“me dá 10 no tecrado, que a gente negocia!”
“1 real o DVD!”
hoje saí pra namorar a cidade
em todas suas facetas
suas gretas
ruelas
paisagens
sarjetas
quero revirar seu intestino-esgoto
no baixo meretrício
no porto
quero ver as criancinhas brancas
de classe média e alta
entrando nos carros com ar condicionado
serei o garoto que vende bala
tostando no asfalto
o capacete do carona do moto-taxista é quente, cheira e suor e é empoeirado,
mas é mais barato e passa por entre os carros
a única desvantagem é que não da pra ouvir música alta
o amarelo da blusa do moto-taxista brilha no sol das três da tarde,
na hora que as meninas de calça coladíssima e bucho aparecendo (tudo provocado pelo consumo excessivo de farinha, provavelmente!) estão no intervalo de aula do Brigadeiro Fontenelle
elas inventaram uma nova moda...
que povo criativo esse...
serei o tio do cafezinho
na esquina da escola
quero o belo e o feio destas ruas
fazer Cooper na Avenida Tucunduba
ou na Praça Batista Campos?
o que fazer com o vendedor de balas
que não deixaram entrar no coletivo?
o que ele gritava, quase chorando, bufando, quase morrendo?
era câncer-vida,
vida-desespero,
vida-dor?
câncer-câncer!
quero visitar os palacetes,
as telas-mito de nossa origem
os vultos
nossos grandes defuntos
- não os pobres viventes –
impávidos colossos sorridentes
Tum-tum tá
Tum-tum tá
Tum-tum tá
Tum-tum ta
quero-me ver refletido em toda a cidade
na vidraçaria da Estaca das Docas
nas valetas, canais e poças
nos igarapés, esgotos
vou tomar banho de maré com as crianças
da Terra Firme
ouvindo tecno-brega em alto volume...
terra-firme-praça-até-o-tucumduba!
terra-firme-praça-até-o-tucumduba!
terra-firme-praça-até-o-tucumduba!
terra-firme-praça-até-o-tucumduba!
Guamá-até-o-clipe!
Guamá-até-o-clipe!
Guamá-até-o-clipe!
terra-firme-praça-até-o-tucumuamá-até-o-clipe-1,50-R$!-só-1,50R$-freguesa!
Aceita-meia?Mas-ansim-mano!ai-tu-já-qué-falí-a-empresa!-terra-firme-praça-até-o-tucumduba!
terra-firme-praça-até-o-tucumduba! Guamá-até-o-clipe! Guamá-até-o-clipe!
Tum-tum tá
Tum-tum tá
Tum-tum tá
Tum-tum ta
mataram 3 na ligação só no domingo!
Três horas da tarde o sol esquenta, o asfalto ferve, o sol esquenta a costa morena do transeunte e o vapor exala!
cerveja a 1 real até a meia noite!
fotografei a cidade com meus versos
pintei suas ruas com meu canto
ouvi a partitura de seu pranto
em um menino que vendia balas
e transcrevi a sua cara
o seu espanto e desalento:
- um miserável que espera em silêncio
esperaria um poema abstrato?
esperaria comida no prato?
esperaria socorro somente?
ou um trocado pra fazer a cabeça?
uma “parada” pra consumir a mente!
contudo, observo, antes que eu esqueça
que este poema não mudou nada
em sua vida desgraçada!
e nem se quer em alegria
termina a merda desta poesia!
Todo dia tem!
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