segunda-feira, 7 de março de 2011

Dia Internacional da Mulherer

Gosto muito de um poema, mais ou menos poema, um pequeno texto de Fernanda Aires, que está em seu perfil do Orkut. Tomo a liberdade de capturá-lo sem a permissão de sua autora para que todos os freqüentadores deste blog reflitam sobre o Dia Internacional da Mulher, na voz de uma mulher, o que é bem melhor.
Espero que Fernanda não se aborreça com meu abuso, de pegar o texto sem autorização. A justificativa é que é um texto de uma mulher, falando sobre sua condição, coisa que eu não saberia jamais fazê-lo.
Eis o texto.


E as mulheres, lhes é permitido ter força?
Por que devo chorar, gritar, mostrar ao mundo os meus
sentimentos e, se eu não o fizer, por que sou condenada de fria, dura e
mentirosa?
Por que me é exigido ser sensível, delicada, frágil, arrumada,
passada, incapaz e quase imóvel, e quando não sou, termino sendo vista como
frígida, dura, machona?
Por que tenho que ser esposa recatada e não mulher ativa?
Por que o meu corpo, quando desejado, é visto como algo passível
de ser tocado por aí, nos blocos de carnavais, nas ruas soturnas, nas
iconografias de banheiros?
Quem lhes deu o direito de me olhar assim?
Quem lhes deu o direito de extrair os meus direitos, de me
inferiorizar, coordenar, educar?
Por que vocês coordenam a dança, abrem a porta do carro,
carregam as cadeiras, orientam o sexo?
Quem lhes deu esse direito?
(Fernanda Aires)

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