domingo, 18 de julho de 2010

Saudade dos anos 80/90.


Nervermind: Clássico do anos 90.

É curioso perceber que depois dos anos 60, depois dos Beatles, Stones, maio de 1968, etc., todas as gerações subseqüentes elegem uma década pra se identificar.
Por exemplo, a geração de Roberto Carlos e Cia. é vista como a geração 60; a geração de Ney Mato Grosso e Cia. é vista como geração 70; a geração de Cazuza, Renato e Cia. é vista como geração 80; a turma do Nação Zumbi, Cássia Eller, Nirvana e Cia. é vista como geração 90; Los Hermanos e Cia., geração 2000 (creio eu!).
O certo é que todo mundo, obviamente, se não morrer com dez anos de idade, vai ter vivido mais de uma década. Ao que parece a fase da adolescência e das descobertas da vida jovem é que define a geração de cada um. Seria mais ou menos assim: entre os 12 aos 25, mais ou menos, com variações para cada indivíduo, defini-se a geração cultural-musical da pessoa.
Pra mim que nasci em 78, sempre fiquei entre a década de 80 e 90, fiquei no meio termo. Peguei um pouquinho, o finalzinho, a rebarba do que seriam os anos 80 efervescentes e bastante dos 90.

Chico Science, renovação do rock nacional dos anos 90.

Mas parece-me que na verdade a década de 80, na música pop rock brasileira, foi tão forte, que todo mundo, mesmo os que viveram muito mais a década de 90, como eu por exemplo, tem a década de Cazuza, Renato Russo, Lobão (que na verdade é um pouquinho mais velho!), Arnaldo Antunes, etc., como modelo, ou inspiração, ou padrão ou sei lá o que.
Creio que a prova cabal disso esta na roupa e não na música. Quem tiver fotos dos anos 90, entre 1991 e 1995/6, poderá verificar por si mesmo que as pessoas ainda se vestiam mais ou menos como nos anos 80, em meados da década seguinte.
A década de 90, que como todo os período apresentou excelentes artistas na música, ainda peleja pra construir uma cara própria, mais homogênea (se é que é possível – inventar um tradição em termos técnicos!).

Cassia Eller, entre os malditos e o pop nacional.

Bom, mas seja como for, o fato é mais ou menos o seguinte: eu acredito que quando chegamos à casa dos 30 e uns trocados começamos a pensar que talvez já estejamos na metade da vida (claro que isso é apenas uma possibilidade, pois podemos morrer até com 100 anos, em tese). Daí que começamos a ter saudade das coisas que vivemos na adolescência/juventude, e de coisas que achamos que vivemos, que nossos amigos viveram, que queríamos ter vivido, que inventamos pra nós mesmo que vivemos, etc. Daí passamos a inventar nossa memória e nossa geração cultural/musical.
Eu já tô nessa!
Estes dias já comecei a pensar em fazer uma festa dos anos 90 (mas com aquele toque ainda de 80!) e reunir a galera das “antigas”, pra conversarmos e falarmos mal de nós mesmo, é claro.
Por enquanto fico eu cá com os meus botões, se fizer a festa aviso a todos vocês.

Um comentário:

  1. Quando se chega aos trinta e tantos anos,é que percebemos a fragilidade e a força do instante.Talvez por isso que cultuamos aquilo que foi,o que deixou de ser e o que seria se fosse.
    A efemeridade do tempo causa na gente um vendaval de nostalgias que acabam se eternizando em nossa memória.

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