Esse poema é de 2009. Pensei que ele já estava publicado aqui, mas pelo visto não estava. Fui revê-lo por conta da Aninha do Rosário que o publicou no Facebook. Neste caso, como estou pouco criativo mesmo nestes tempos, e consequentemente publicando bem pouco, vou colocá-lo aqui:
as pessoas não se olham
os olhos estão apenas arregalados
FIXOS
as narinas estão funcionando a todo vapor
as válvulas cardíacas, ao que se percebe - ao que se pode ver do lado de fora da caixa torácica - estão em perfeito funcionamento
as pessoas não se tocam: estátuas
gélidas
as pessoas não têm pele
ou a bateria que carrega o calor para a pele falhou
as pessoas estão acordadas e olhando
o limbo
os olhares são espelhos, facetas,
plaquetas iluminadas
multiformes
fragmentadas
o fragmento é uma realidade,
mas eu não gosto dele!
Leão da Costa
(09/06/09)
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