quarta-feira, 30 de março de 2011

Fora do ar

Olá amiguinh@s estive/estou fora do ar estes dias, mas a partir de domingo volto a postar coisas aqui.
O Blog não está desativado, apenas tive que viajar e fiquei um pouco sem tempo.
Assim, parafraseando um antigo presidente da república (mas agora em sentido para o bem!), digo: "não me deixem só!"
Saravá!!

quarta-feira, 23 de março de 2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

Serenidade.

Serenidade me deixou
Num dia de chuva
De madrugada
Levou suas roupas
E o amor
Que construímos
Ás três pancadas

(2010)

Chuva.

A chuva cai no rosto
Molha a face
Embaça os olhos
Escorre à boca
Que a engole
A chuva vira água
Bebida por alguém
Depois sai no pipi
Ela evapora e cai de novo
E vai parar lá no chão
Tem chuva que nasce no Brasil
Mais vai chover lá no Japão!
Êita chuvinha teimosa
Por que não chove no sertão?

(2010)

quinta-feira, 17 de março de 2011

Obama, Venha Comigo a Cartago

Tendo em vista a formação da Zona de Exclusão aérea na Líbia (é uma interrogação), e que Obama vem ao Brasil, ficará sob os braços abertos do Cristo, seria bom ele atender ao convite de Affonso de Romano Sant'Anna.
Será que ele vai?

quarta-feira, 16 de março de 2011

Divulgando sobre o IAP

IAP - Edital de Bolsas 2011

O Instituto de Artes do Pará, IAP, abre inscrição a partir de 15 de março de 2011, do CONCURSO DE BOLSA DE CRIAÇÃO, EXPERIMENTAÇÃO, PESQUISA E DIVULGAÇÃO . As inscrições permanecerão abertas até o dia 28de abril de 2011, de 2ª a 6ª feira, exceto feriados epontos facultativos, no horário das 8:30 às 14 horas, na sede do IAP, devendoser formalizada mediante a apresentação dos documentos informados no edital. O projeto poderá ser apresentado também pelo correio, respeitando a data limite para postagem.
Leia mais em:

Instituto de Artes do Pará

segunda-feira, 14 de março de 2011

Para um poeta
Qualquer virgula é profunda
Por isso se um poeta te diz:
Te amo
Reflita por dois meses ou mais
Pois te amo pode dizer:
TE AMO
ou T-E-A-M-O
ou te amo
Ou
T
E
A
M
O
ou
T
E
A
M
O
Ou outra formula qualquer...
Toda virgula
É profunda
!
Um sim um não
Exclama
A interrogação!


07/03/09

quinta-feira, 10 de março de 2011

Querer

Este querer-te, muito querendo, que te tenho,
às vezes me deixa confuso,
me deixa estranho.
Quero-te querendo,
muito querendo.
E um querer assim é deveras tamanho -
que o tamanho de mim mesmo,
às vezes é pequeno!
Este querer-me dormir-me contigo, em teu colo,
às vezes me parece tremendo, imenso intento.
Pois eu, mesmo te tendo,
Quero-te mais ainda.
Quero-te tanto, tanto e sem comedimento.
Quero-te sempre, enquanto este querer for tão extenso.
Que um querer tão profundo assim descabe,
e escapa a todo e qualquer cabimento.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Minhas considerações sobre o jornalismo tosco.

Até um tempo atrás achava o Jornal do SBT Pará o melhor jornalismo de TV no Pará. Particularmente achava Úrsula Vidal uma excelente jornalista, sempre muito bem informada, sagaz em suas perguntas quando entrevistava alguém ao vivo, etc.
Fiquei ainda mais admirado com ela quando no episódio da agressão física sofrida pelo Jornalista Lúcio Flávio Pinto, ela se posicionou publicamente contra aquele absurdo.
Apenas pra lembrar aquele episódio: Lúcio Flávio é o redator do Jornal Pessoal, informativo alternativo que por inúmeras vezes denunciou os desmandos das elites locais, a devastação do meio ambiente e particularmente as supostas maracutaias de políticos e do maior grupo de comunicação do Pará, o Grupo Rômulo Maiorana de Comunicações (com Rádios, TVs afiladas à Rede Globo, jornais impressos, etc.). Num luxuoso restaurante de Belém o jornalista foi agredido por dois policiais que prestavam serviço de segurança a um dos Maioranas. A mídia local deu cobertura medíocre, mas Úrsula se manifestou contra aquela agressão que lembrava os tempos da Ditadura Militar...
Mas enfim, não sei por que cargas d’água a Úrsula saiu do Jornal do meio dia, ou sei lá pra onde foi. O Jornal SBT Pará passou a ser apresentado por uma ancora que fica de pé, andando de um lado a outro, no estilo “Ratinho”, berrando e fanfarrando, transformando jornalismo em espetáculo, informações em pirotecnia, denúncia em denuncismo, bem ao estilo do atual jornalismo sensacionalista, fanfarrão, populista e tosco da TV brasileira (quase todo ele).
Bom, até ai nada de novo... Isso não é novidade na TV brasileira, não é verdade?! Mas vejam até onde chegamos: hoje, numa matéria sobre acidente de carro na BR 316 o Jornal SBT Pará exibiu insistentemente a imagem de um ciclista, todo retorcido e praticamente esmagado no meio fio da rodovia, morto obviamente. Imagem chocante, com riqueza de detalhes!
Fiquei a imaginar a família da vítima. Será que já sabiam da morte daquela pessoa, será que viram a matéria no jornal e deram de cara com o corpo exposto como se fosse uma alegoria de carnaval em quarta feira de cinzas? Não tenho menor idéia realmente, mas se eu me senti chocado, como não teria ficado a família.
Isso pode parecer uma “frescura” de minha parte. Mas se é, não é só minha! O próprio âncora comentou ao vivo dos vários telefonemas que chegaram ao jornal reclamando do excesso de exposição do cadáver! Como resposta às críticas o apresentador do jornal disse que pretendiam mostrar apenas a realidade como ela é, sem maquiagem, mas por fim, mostrando-se pessoa extremamente democrática e aberta à críticas, exclamou: “quem não gostou que mude de canal!” (algo mais ou menos assim!).
Vejam só: é bom lembrar em primeiro lugar que a TV aberta é uma concessão pública. Ou seja: o Estado, que em tese representa os interesses de todos os brasileiros, sem distinção, concede um serviço aberto de TV a um grupo qualquer. Esse grupo faz uso de um bem público, que pertence a todos, (res publica, em latim). Isso significa no mínimo que o cidadão que recebe as ondas de TV aberta tem o direito de ser respeitado (inclusive o cidadão morto, o cadáver anônimo em questão, e também sua família!), tem o direito de receber produtos de qualidade, informação de qualidade neste caso. Não pode de maneira alguma ser agredido vendo cadáveres esmagados expostos como se estivesse assistindo um filme lado B, e muito menos tem que ouvir um âncora de jornal dizer gentilmente: “se não gostou, mude de canal!”.
Não se trata de “se não gostou mude de canal”, trata-se de “ou preste serviço de qualidade ou pede pra sair”. Infelizmente, em realidade o cidadão-telespectador no Brasil tem pouquíssimas opções de jornalismo de qualidade em TV aberta. Dado a expansão do jornalismo tosco e sensacionalista e do comprometimento dos grandes grupos com interesses políticos conservadores e excludentes.
Daí que me parece cada vez mais importante a atuação das pessoas em redes sociais e na net de uma maneira geral. Essas ferramentas apensar de apresentarem suas contradições e limitações, parecem-me ainda um campo aberto para o debate, para a crítica e principalmente para a circulação de informações alternativas, que estão fora do campo do jornalismo tosco ou mesmo da grande mídia conservadora.
É bom que se diga que essa não é uma virtude do Jornal SBT Pará, outras emissoras já tinham aderido há tempos a esse tipo de jornalismo. Eu mesmo já tinha falado disso aqui neste blog em texto chamado "Padrão nacional de jornalismo tosco".
Fica aqui nosso protesto a este tipo de jornalismo tosco da TV aberta! TV está que é ainda, infelizmente, o principal meio de informação para a grande maioria das pessoas.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Um poema de Raquel Costa

Trago novamente à baila um poema de minha querida amiga Raquel Costa, pra quem quiser ver mais poemas dela é só entrar no Blog Espaço da Poesia. Deleitem-se.


Decidi contar apenas mentiras
ao vento
aos teus ouvidos
aos ouvidos alheios.
Decidi calar toda a verdade no peito.
Contarei mentiras aos gritos
aos sussurros
nos telhados;
darei minha própria versão dos fatos.
Pintarei paredes rachadas
encobrirei crimes
maquiarei mortos.
Só darei endereços errados e tortos.
Porque a mentira é uma máscara
atraente, a convidar
e a verdade, um rosto em chagas
que ninguém quer enfrentar.

(Raquel Costa)

Dia Internacional da Mulherer

Gosto muito de um poema, mais ou menos poema, um pequeno texto de Fernanda Aires, que está em seu perfil do Orkut. Tomo a liberdade de capturá-lo sem a permissão de sua autora para que todos os freqüentadores deste blog reflitam sobre o Dia Internacional da Mulher, na voz de uma mulher, o que é bem melhor.
Espero que Fernanda não se aborreça com meu abuso, de pegar o texto sem autorização. A justificativa é que é um texto de uma mulher, falando sobre sua condição, coisa que eu não saberia jamais fazê-lo.
Eis o texto.


E as mulheres, lhes é permitido ter força?
Por que devo chorar, gritar, mostrar ao mundo os meus
sentimentos e, se eu não o fizer, por que sou condenada de fria, dura e
mentirosa?
Por que me é exigido ser sensível, delicada, frágil, arrumada,
passada, incapaz e quase imóvel, e quando não sou, termino sendo vista como
frígida, dura, machona?
Por que tenho que ser esposa recatada e não mulher ativa?
Por que o meu corpo, quando desejado, é visto como algo passível
de ser tocado por aí, nos blocos de carnavais, nas ruas soturnas, nas
iconografias de banheiros?
Quem lhes deu o direito de me olhar assim?
Quem lhes deu o direito de extrair os meus direitos, de me
inferiorizar, coordenar, educar?
Por que vocês coordenam a dança, abrem a porta do carro,
carregam as cadeiras, orientam o sexo?
Quem lhes deu esse direito?
(Fernanda Aires)

sexta-feira, 4 de março de 2011

Um poema de 2006 que foi musicado por meu amigo Osvaldo Santos. Tornou-se um rockizinho meio Mutantes, sei lá. Faz tempo que não o ouvimos!


O Livre

Fumaça
Cachaça
Prisão
Pro preso, não.
Pra grade sim
Gaivota
Violão
Trovão
Deus sim, Deus não.
Cachorro
Adão?
Don. Casmurro?
Vadiação
Vadia ação
Vá dia são
São muitos sem ação
Caniço, anzol
Patrão?
Patrão, não!
O patrão não é livre não
Não é livre não
Não é livre não
O patrão não é livre não!
Quero-te ter uma paixão violenta.
Tenho-te!
Quero-te ter como campo arável.
Aro-te!
Plantar em ti minha semente.
Planto-te!
Ser-te o verme na carne virgem.
Sou-te!
E morrer em ti violentamente.
Morro-te!
Sem comedimento, sem nenhum comedimento.
Transbordo-te, trasbordo-te,
Transbordo-te em tresvariamentos!
(2007)

quarta-feira, 2 de março de 2011

A caretice das vanguardas

Há tempos atrás fiz um poema que tinha como tema as fofocas do dia-a-dia. Na verdade eu estava meio enfezado com certas fofocas que estavam rolando sobre minha pessoa no meu grupo de amigos mais ou menos próximo. Coisas normais na verdade. Afinal, se for pra falar de amigos que falemos pelas costas, não é verdade! Falar pela frente seria uma grande indelicadeza, em minha opinião.
Mas voltando ao poema. Hoje ele perdeu seu caráter histórico, ou seja, não tem validade para o que foi feito originalmente, já que as fofocas acabaram, as pessoas seguiram sua vida, etc. e tal. Mas, gostei tanto do poema, do ponto de vista da poesia mesmo, que tomo a liberdade de republicá-lo aqui. Mas volto a dizer, está esvaziado de seu sentido original.
Seja como for, esse tema da fofoca me faz lembrar a insistência que temos em cuidar da vida dos outros e ainda achá-las mais interessantes que as nossas próprias vidas. Tanto isso é verdade, que hoje em dia temos até uma institucionalização midiática da fofoca. Vejam os realities shows se não são uma espécie de fofoca permitida, aceita por todos, já que a vida alheia esta visível, aberta para todos nós ficarmos tecendo comentários morais e éticos...
De repente, esses programas não são tão ruins assim; quem sabe se nós nos dedicássemos a fazer apenas a fofoca da vida dos “famosos” que voluntariamente se colocam para exibição pública nos realities shows, não deixaríamos um pouco de falar da vida das pessoas que não querem ser tema de comentários escondidos?! Isso poderia ser uma boa, em minha opinião.
E isso vale inclusive para os vanguardinhas de plantão. Aquelas pessoas que detonam diariamente com a “alienação” midiática (a aberta e legalizada fofoca televisiva), fazem discursos de liberdade comportamental, respeito pelas diferenças, erguem bandeiras de luta contra todo tipo de preconceitos (sexuais, morais, religiosos, etc.), mas que, quando vêem, por exemplo, uma mulher exercer livremente o seu direito de pegar/dar para quem ela quiser, a chamam de vagabumba e outras coisinhas mais (para ficarmos apenas em um exemplo mais comum de preconceito machista!).
Todas as fofocas preconceituosas, sobretudo as morais, me enojam (não que eu esteja acima do hábito de fazê-las!), mas me incomodam, principalmente, os comentários morais de pessoas fantasiados de modernidade e de atitude blasé! Esses são demais.
Bom, mas devaneios à parte, vamos ao poema, mas, cuidado as vezes quem fala tudo o que quer ouve o que não quer!...


pérfida
perfídia
pestilenta
língua ofídica
perita na arte de jactar
jaculas ejaculação moral
moral é teu nome
imoral quem nomeias

imolas;
indexas; index teu livro de cabeceira
teu oficio, santo,
arde, ardor, ardência, fogueira

obscena, olhas os obscenos,
em suas pequenas obscenidades,
e a língua ofídica
trêmula,
rija,
excitada,
danada,
pulsando,
incontida,
comendo, comida, carcomida,
moralista,
não contêm-se no olhar
quer lamber-lhes (fazer-lhes) a ferida
dissolve,
putrefaz,
corrompe,
porém, nunca absolve,
como se juiz fosse,
como se houvesse culpa,
como se houvesse pena.
olha teu umbigo infeliz!

oh! moralistas, disse o poeta uma vez:
“quero morar em uma cidade que não julgue,
caso contrário,
prefiro morrer condenado.”

quem julga o julgador?
quem presidirá o julgamento?
quem alimenta o carrasco?
quem tece a teia da forca?
quem será o júri?
quem será o júri?

vox populi, vox Dei:
por isso estamos todos perdidos!
“quem fala [sempre] o que quer, ouve o que não quer”.

(2007)

A luta continua, viva Xingu!!!